Redação Publicado em 12/04/2021, às 16h50
De acordo com um novo estudo realizado para avaliar o conhecimento das pessoas sobre o novo coronavírus nos estágios iniciais da pandemia, aqueles que confiavam na televisão e nas mídias sociais - como o Facebook - como fontes precisas sobre a pandemia estavam menos informados a respeito da Covid-19.
Publicada na revista Current Medical Research & Opinion, a pesquisa entrevistou 5.948 adultos do estado da Pensilvânia (Estados Unidos) entre 25 e 31 de março de 2020. Pesquisadores descobriram que indivíduos que dependem de mídias sociais e da TV para ter acesso às notícias sobre a pandemia são menos propensos a acertar os fatos sobre a doença.
Além disso, o estudo ainda revelou que adultos que usaram o Facebook como fonte adicional apresentavam menos chances de responderem corretamente às perguntas sobre a Covid-19 em comparação àqueles que não tiveram a mesma conduta.
A ascensão das mídias sociais provocou uma mudança na maneira como as pessoas ao redor do mundo acompanham os acontecimentos. Alguns estudos recentes mostram, inclusive, que até 66% dos americanos dependem das redes sociais para ter acesso às notícias.
Para os pesquisadores, essa tendência preocupa, visto que muita desinformação sobre a Covid-19 circulou durante a pandemia, que já matou 2,5 milhões em todo o mundo.
No início de março de 2020, com o surto de Covid-19, a equipe de estudiosos rapidamente se organizou para desenvolver uma pesquisa capaz de explorar o conhecimento público, percepções e fontes de informação preferidas sobre a doença.
Com isso em vista, o questionário foi amplamente divulgado para 5.948 adultos na Pensilvânia. Os entrevistados responderam perguntas sobre: de onde recebiam notícias sobre o novo coronavírus e em quais fontes de informação eles mais confiavam. Além disso, também havia perguntas mais abrangentes sobre transmissão, gravidade e tratamento.
Após essa primeira fase, os participantes receberam, também, 15 declarações sobre a Covid-19 e foram questionados sobre qual a sua opinião em relação a elas - se achavam que os documentos eram verdadeiros ou falsos - e quão confiantes estavam em sua resposta.
Os resultados mostraram que as fontes de notícias mais confiáveis foram os sites do governo (42,8%), seguidos pela televisão (27,2%) e pelos comunicados das autoridades de saúde (9,3%).
Os pesquisadores notaram uma relação clara entre a procedência das notícias e o conhecimento sobre a doença. Aqueles participantes que revelaram ter como fonte mais confiável os sites de saúde do governo eram mais propensos a responder corretamente às perguntas da Covid-19 entre todos os outros grupos.
Em contrapartida, os indivíduos cuja fonte considerada mais confiável era a televisão apresentaram menor probabilidade de acertar as perguntas do questionário. Os entrevistados que selecionaram o “Facebook” como sua única fonte de confiança, ou como forma adicional para obter informação, eram ainda menos propensos a responder perguntas de conhecimento corretamente.
Para os pesquisadores, os achados destacam a importância de considerar de onde a população obtêm as notícias no momento de projetar e desenvolver intervenções em saúde pública. As orientações como "fique em casa", "lave as mãos", "use máscara" e "mantenha o distanciamento social" só são eficazes se compreendidas pelas pessoas.
Ainda segundo a equipe, uma comunicação efetiva é elemento indispensável para gerenciar com sucesso uma pandemia, já que, para conter a doença, a população deve seguir as recomendações das autoridades.
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