Médico especialista em cuidados paliativos explica o que eles são e quando são recomendados
Giulia Poltronieri Publicado em 23/03/2022, às 15h00
Cuidados paliativos, ou seja, os cuidados de saúde oferecidos a pessoas que possuem uma doença sem possibilidade de cura, para muitos, pode ser um tema polêmico. Há quem pense que oferecer esse tipo de ajuda é uma forma de desistir do paciente, enquanto outros acreditam que seja uma maneira mais humana de lidar com as situações indesejadas.
Felipe Folco, diretor médico da Cia da Consulta e especialista em Cuidados Paliativos, explica que essa medida é focada em controlar sintomas e em promover o conforto do paciente mesmo em seus últimos momentos.
Pode ser difícil aceitar que alguma doença possa não ter cura, mas isso ocorre e precisa ser debatido. O especialista, então, diz que sempre que um paciente tem uma doença sem possibilidade de cura, com manifestações de sintomas, é necessário associar os cuidados paliativos aos tratamentos de controle da doença.
Com o passar do tempo e com a evolução da doença, os cuidados paliativos passam a ser cada vez mais importantes e intensos, até os últimos dias e horas de vida da pessoa”, ressalta Felipe Folco.
“Ao contrário da percepção de que os cuidados paliativos seriam o “abandono” do paciente, o tratamento farmacológico e não farmacológico envolvidos nos cuidados paliativos demandam atenção aos detalhes e adequações frequentes de doses e propostas terapêuticas, além de envolver vários profissionais da equipe multi (como médico, enfermeiro, psicólogo, assistente social, fisioterapeuta, nutricionista, farmacêutico, fonoaudiólogo e dentista)”, explica o especialista.
Segundo ele, cada plano terapêutico de um tratamento paliativo exige a coordenação de toda essa equipe e a reavaliação frequente dos sintomas e é único para cada paciente (e inclusive familiares).
Para mudar essa imagem negativa, é preciso entender que os cuidados paliativos são específicos para cada paciente, envolvem diversos profissionais e exigem o acompanhamento próximo dos resultados de cada intervenção. Além disso, é preciso que cada um de nós aceite a finitude da vida e entenda em qual momento ela chega para cada um”, finaliza o médico.
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