Redação Publicado em 25/05/2021, às 09h54
A jornalista Renata Ceribelli está com um novo podcast, intitulado "Prazer, Renata", e, em seu terceiro episódio, ela recebeu três mulheres para falar sobre sexo e seus tabus. Deborah Secco, Maria Bopp e Claudia Ohana conversaram sobre a dificuldade de tocar nesse assunto e o julgamento que sofreram por exercer sua sexualidade.
"Sexo é um coisa que todo mundo faz. Depois que minha filha nasceu, isso ficou muito claro. A coisa mais incrível que eu fiz na minha vida foi sexo, que gerou um ser que nasceu, cresceu dentro de mim. Todo mundo que nasceu é fruto de sexo. Então me estranha muito que até hoje todo mundo que foi feito através de sexo, existiu através de sexo, procria através de sexo não fale sobre sexo. Até quando nós, mulheres, vamos ter que ficar oprimidas e acreditando que sexo só serve para procriarmos, sabe? Isso é muito opressor", começou Deborah.
A atriz ainda contou que, por exercer sua sexualidade tão abertamente, ela já foi muito julgada. “Queria muito ter uma família, então me apaixonava perdidamente. Me apaixonei muito. Vivi muitas paixões. Fiz muito sexo, fui muito julgada e sofri horrores por causa disso. Fui capa de revista como a destruidora de lares sem nunca ter feito nada com aquele casal específico. Sofri muito por causa disso”.
Deborah também contou que quando posou para a revista Playboy, sua irmã sentiu tanta vergonha que escondia os exemplares dos outros.
Maria Bopp também revelou que, por um tempo, sentia-se muito constrangida para falar sobre sexo com sua família. "Nunca conversei com a minha irmã: 'Perdi a virgindade'. Não contei para ela, não contei para a minha mãe. Eu tinha muita vergonha", relatou ela.
E Claudia Ohana acrescentou que, mesmo tendo uma ótima relação com a mãe, também não chegava a falar de intimidades com ela: “Minha mãe era muito aberta, mas nunca chegou e falou: 'Vamos agora falar sobre sexo, milha filha'. Ela deixava a coisa rolar. Eu soube o que era sexo através de um amigo meu, da minha irmã e do irmão do meu amigo, com revistinha de sacanagem de desenho".
Jairo Bouer aconselha que, à medida que as crianças vão ficando mais velhas, é importante discutir sexualidade em casa, até para explicar que é natural e que os pais também têm vida sexual. “Acho que tem que naturalizar. Conversar e explicar, até para que a criança não fique chocada e para os pais não ficarem constrangidos [caso aconteça de ela os ver]”, diz Jairo Bouer.
Ele ainda ressalta que, é claro, os descuidos dos pais têm que ser evitados, então é importante trancar a porta ou procurar um momento em que as crianças estão dormindo. Mas, caso ocorra a situação, o ideal é apostar na conversa e tentar deixar o constrangimento de lado.
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