Cantora garantiu que não usa drogas mais pesadas, mas não conseguiu abandonar alguns hábitos
Redação Publicado em 11/03/2021, às 17h00
Em 2018, Demi Lovato chocou seus fãs após ser hospitalizada por conta de uma overdose. Na época, muita gente se decepcionou com a cantora, pois essa não era a primeira vez que ela enfrentava problemas por conta das drogas.
Agora, prestes a lançar um documentário que aborda esse momento de sua vida, a artista deu uma entrevista à Glamour internacional e comentou que, mesmo após ter tido três derrames e uma parada cardíaca em decorrência da overdose, ela não parou de fumar maconha e nem consumir álcool.
Demi garantiu que não usa mais drogas pesadas, mas não consegue se encaixar em um mundo de “tudo ou nada”. Ela usou como exemplo seu distúrbio alimentar, e explicou que conseguiu vencê-lo quando percebeu que não precisava se privar de tudo, e poderia comer uma ou outra coisa fora da dieta.
Já sobre a situação com as drogas, ela explicou como chegou à conclusão de que voltaria a usar maconha e álcool: “Liguei para Charles Cook [o supervisor na reabilitação] e disse: ‘Algo não está certo. Estou vivendo um lado da minha vida completamente legalizado e o outro lado seguindo um programa que está me dizendo que se eu escorregar, vou morrer”, disse ela.
Embora a equipe tenha ficado preocupada com sua saúde, todos deram um voto de confiança para que ela tomasse suas próprias decisões.
Contudo, ela destaca que essa escolha pode não ser a certa para todo mundo. “Uma solução única não funciona para todos. O que estou incentivando as pessoas a fazerem é apenas escolherem por si mesmas. Autonomia, para mim, é o que mudou minha vida”, garantiu Demi.
Apesar de não ser considerada "droga pesada", a cannabis de hoje tem muito pouca semelhança com aquela usada pela “geração paz e amor”, nos anos de 1970, e seu consumo também envolve riscos. A potência mais alta da droga encontrada por aí, hoje, pode provocar transtornos de ansiedade, entre outros problemas de saúde mental. Assim, quem adere à erva para diminuir tensões pode se dar mal.
Um estudo publicado no Jama Psychiatry, por exemplo, feito com quase 1.100 usuários britânicos de 24 anos, reforçou o alerta. Aqueles que usavam versões mais potentes da droga apresentaram o dobro do risco de desenvolver transtorno de ansiedade generalizada, quando comparados a quem usa uma maconha “mais fraca”.
Foi considerado como “alta potência”, no estudo, amostras de maconha com pelo menos 10% de THC. Esse composto, o tetrahidracanabinol, é o responsável pelo “barato” provocado pela erva. Diversos estudos já associaram doses mais altas de THC a problemas psiquiátricos, como sintomas psicóticos e dependência.
Há mais ou menos duas décadas, a proporção de THC encontrada nas plantas apreendidas pela polícia era de 2 a 4%. Há cerca de dez anos, a média passou a ser de 25%, e hoje existem linhagens de cannabis com 30 a 40% de THC. Se alguém na faixa dos 50 anos decidir provar um baseado para reviver a sensação que teve aos 20 anos vai perceber que a “viagem” é bem diferente.
A pesquisa do Jama indica que os usuários da maconha “mais forte” eram na maioria homens e quatro vezes mais propensos a ser dependentes da droga. Também foram mais de três vezes mais propensos à dependência de cigarro e relataram, com duas vezes mais frequência, ter usado outras drogas ilícitas no ano anterior à entrevista. Por fim, esses adultos jovens foram 29% mais propensos a relatar experiências psicóticas.
Para quem acha que pode parar quando quiser, há outro alerta. Outro trabalho publicado na Jama, uma meta-análise que envolveu mais de 23.500 pessoas, revelou que 47% dos usuários regulares ou dependentes têm sintomas de abstinência ao parar de fumar maconha. Isso é ainda mais preocupante quando se leva em consideração que boa parte dos usuários começa na adolescência.
Da mesma forma, o consumo exagerado do álcool pode impactar tanto a saúde física quanto apresentas riscos associados às questões comportamentais.
Além disso, em doses iniciais, pode funcionar com um efeito estimulante. Nesses casos, a pessoa fica mais “alegre”, animada, e acaba vencendo algumas inibições. Mas, à medida que a dose aumenta, o álcool assume um papel de depressor do sistema nervoso central. Ou seja: ele faz com que os reflexos e algumas atitudes fiquem mais lentas ou prejudicadas.
Alguns exemplos de mudanças comportamentais provocadas pelo consumo exagerado de álcool são a diminuição da capacidade de avaliar o que é certo e o que é errado. Além disso, a nossa paciência fica prejudicada e pode ocorrer o aumento da impulsividade. Não é à toa que muitas pessoas podem adotar comportamentos agressivos e violentos em determinadas situações ao beber demais. Por fim, é bom lembrar que também existe overdose de álcool.
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