Denúncias de neonazismo aumentam 60% na internet

Pornografia infantil e LGBTfobia também cresceram no canal da Safernet Brasil

Redação Publicado em 08/02/2022, às 15h20

Denúncias de manifestações neonazistas têm sido problema desde início da pandemia, segundo Safernet - iStock

Dados apresentados nesta terça (8), Dia Internacional da Internet Segura, mostram que as denúncias de neonazismo feitas à Safernet Brasil em 2021 aumentaram mais de 60% em relação ao ano anterior. O hotline da organização também registrou aumento nas denúncias de pornografia infantil e LGBTfobia.

O serviço oferecido pela Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos da Safernet ((https://hotline.org.br) existe há 16 anos, e monitora dez tipos diferentes de crimes no ambiente virtual.

No ano passado, foram processadas 14.476 denúncias anônimas de neonazismo, que se referem a 894 páginas de internet, sendo que 318 já foram tiradas do ar por ordem de autoridades.

Segundo a Safernet, as denúncias relacionadas a neonazismo vêm crescendo desde o primeiro ano da pandemia. Foram 9.004 denúncias em 2020, contra 1.071 no ano anterior, um aumento impressionante. 

Confira:

Pornografia infantil e LGBTfobia

Em todo o ano passado, o hotline recebeu 101.833 denúncias de pornografia infantil, total 3,6% maior que o de 2020. O serviço não recebia mais que 100 mil denúncias desse tipo desde 2011. Das 53.960 páginas de internet envolvidas, 23.588 já foram removidas.

Em relação à LGBTfobia, foram recebidas 5.347 denúncias em 2021, número 1% maior que o registrado em 2020. Elas envolveram 3.479 páginas de internet, e 2.300 já foram removidas.

Caso você encontre imagens, vídeos, textos ou qualquer outro tipo de material que seja atentatório aos Direitos Humanos na internet, não deixe de fazer a sua denúncia.

Dados pessoais vazados na internet

Em 2021, casos de problemas com dados pessoais lideraram as estatísticas do helpline, canal de ajuda da Safernet (https://helpline.org.br).

Ao todo, o serviço gratuito prestado pela Safernet atendeu 1.794 casos. Os 5 problemas mais relatados foram: 

O conteúdo das buscas foram um pouco diferentes do que foi registrado em 2020, quando houve recorde inédito de atendimento a pessoas com questões de saúde mental.

Como proteger os jovens?

Diante de dados desse tipo, muitos pais e educadores ficam preocupados com a influência negativa que a internet pode ter na vida dos mais jovens, que nem sempre têm experiência ou recursos suficientes para questionar o que encontram nas redes sociais.

Assim como o Safernet, o NIC.br e o CGI.br disponibilizam no Portal Internet Segura (https://internetsegura.br) cursos e diversos materiais gratuitos de conscientização e orientação sobre um uso mais seguro da rede. São guias e fascículos sobre temas de interesse geral, destinados a crianças, adolescentes, pais e educadores, além de pessoas com mais de 60 anos e técnicos em Internet e redes. 

Outra dica valiosa para pais e educadores é o site do Dia da Internet Segura no Brasil, com dezenas de materiais de apoio e sugestões de estratégias para que empresas, escolas, ONGs e mesmo voluntários mobilizem suas comunidades para realizar e cadastrar propostas de atividades. Além das iniciativas do Google e da Meta, é possível encontrar ações de outras plataformas acessadas pelos jovens, como o TikTok e o WhatsApp, cartilhas e guias da Unicef e do Safernet com informações importantes de combate ao cyberbuylling e prevenção do suicídio. 

O Google também disponibilizou uma plataforma para pais, responsáveis e educadores com materiais e ferramentas para ajudar os mais jovens a ter uma experiência mais positiva e segura na web. 

Batizada de "Seja Incrível na Internet", a plataforma inclui planos de aula sobre fundamentos de segurança e cidadania digital, um guia para a família, um jogo educativo e um guia de “bem-estar digital”, com dicas sobre a importância de se desconectar de vez em quando. O conteúdo foi desenvolvido em parceria com especialistas de organizações como Safernet, ConnectSafely e Family Online Safety Institute. 

A companhia também disponibilizou para pais e cuidadores uma ferramenta gratuita chamada Family Link, disponível para Android e iOS, que permite controle sobre o conteúdo  acessível para crianças nas buscas, informa o tempo de uso e também indica a localização do dispositivo móvel em tempo real. 

Veja também: 

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