A hiperidrose é a presença de suor excessivo em uma ou mais partes do corpo, como pés, mãos, axilas e couro cabeludo. Benigna, ou seja, sem causar males à saúde, essa condição ainda é cercada de mitos que precisam ser esclarecidos:
Verdade: existem algumas loções e sprays com cloreto de alumínio que ajudam a controlar a sudorese, com resposta satisfatória em casos mais leves. A aplicação deve ser feita à noite na área com sudorese aumentada.
Mito: a cirurgia para hiperidrose, a simpatectomia torácica, é apenas um dos tratamentos eficazes para hiperidrose. É uma excelente opção por ser definitiva. Porém, pode causar hiperidrose compensatória, complicação após a cirurgia que leva o paciente a suar em outra região para compensar o suor do local tratado pelo procedimento. Por exemplo, um paciente que suava muito pelas mãos, após a simpatectomia torácica para tratar a hiperidrose, passa a suar muito pelas axilas.
Mito: na hiperidrose, o suor excessivo pode ocorrer independentemente da temperatura do ambiente ou da atividade realizada. Porém, a hiperidrose costuma ser ainda mais significativa diante de estímulos emocionais/afetivos, como nervosismo durante uma prova ou reunião importante, ansiedade ou vergonha.
Mito: o suor em si não tem cheiro. Então, quem sofre com hiperidrose apresenta somente uma maior quantidade de suor, sem odor. A alteração do odor do suor pode ser causada pelo aumento de bactérias na pele e é conhecida como bromidrose.
Verdade: a aplicação de toxina botulínica em áreas com hiperidrose bloqueia as glândulas sudoríparas na região, fazendo com que não produzam suor. A ação dura de seis a nove meses, em média, e, diferentemente do tratamento para rugas na face, a duração do efeito da toxina botulínica é maior a cada aplicação.
Mito: diferentemente da simpatectomia torácica (cirurgia para hiperidrose), na aplicação de toxina botulínica o bloqueio das glândulas sudoríparas é periférico, local, e, por isso, não há aumento de suor em nenhuma outra região do corpo.
Paola Pomerantzeff (dermatologista)*
Dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD), tem mais de 10 anos de atuação em dermatologia clínica. Graduada em Medicina pela Faculdade de Medicina Santo Amaro, a médica é especialista em dermatologia pela Associação Médica Brasileira e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia. @drapaoladermatologista
* Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Site Doutor Jairo