Uma das apostas do governo para estimular o diagnóstico precoce é colocar o autoteste de detecção do HIV à disposição nas farmácias
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h34 - Atualizado às 23h55
A taxa de infecção entre brasileiros do sexo masculino de 20 a 24 anos passou de 16 casos para 100 mil habitantes, em 2005, para mais de 30, em 2014. Na faixa anterior, de 15 a 19, a taxa saltou de 2,1 para 6,7.
Entre as garotas, a expansão foi mais lenta – de 3,4 por 100 mil habitantes, em 2005, para 4,2, em 2014. Já entre 20 e 24, a taxa apresentou redução de 15,3 para 12.
Um dos primeiros passos para frear a contaminação é estimular o diagnóstico. Quem se descobre soropositivo cedo tem mais chances de evitar o desenvolvimento da doença e a transmissão para os parceiros. Para facilitar o acesso da população, o Ministério da Saúde anunciou que, a partir do ano que vem, o autoteste para detecção do vírus estará à disposição nas farmácias.
Estudos mostram que a falta de acesso ao exame e o receio de ser identificado em um laboratório ou centro de referência são fatores que fazem os jovens adiar a checagem. Portanto, quanto mais privacidade, melhor. Mas vale lembrar que o resultado do teste caseiro deverá ser confirmado em um serviço de saúde, mais ou menos como já acontece com a gravidez. E os “negativos” terão que ser vistos com cautela, já que pode levar alguns meses até que haja anticorpos suficientes para a infecção ser confirmada.