Dificuldades no amor podem se refletir na vida financeira, sugere estudo

Cada pessoa tem uma expectativa diferente de um relacionamento romântico. Enquanto alguns querem ficar colado no outro o tempo todo, outros valorizam mais

Jairo Bouer Publicado em 25/02/2020, às 17h55

-

Cada pessoa tem uma expectativa diferente de um relacionamento romântico. Enquanto alguns querem ficar colado no outro o tempo todo, outros valorizam mais a própria independência e tentam manter sempre uma distância.

Os dois extremos podem ser prejudiciais ao bem-estar. Especialistas chamam de “apego ansioso” essa tendência à carência emocional, e a preocupação em buscar sempre confirmação de afeto (a) do parceiro (a). Já quem tem “apego evitativo” evita relacionamentos íntimos a todo custo.

Pesquisadores da Universidade do Arizona, nos EUA, descobriram que esses comportamentos podem ter consequências não só na vida afetiva, mas também nas finanças das pessoas.

Para chegar à conclusão, eles coletaram dados de 635 jovens adultos formados em faculdades que estavam em algum relacionamento romântico. Os pesquisadores perceberam que tanto o apego ansioso quanto o evitativo são associados a níveis mais baixos de satisfação com a vida e com o relacionamento.

Mas os jovens com apego ansioso também relataram níveis mais baixos de satisfação financeira. Além disso, tanto eles quanto os participantes com apego evitativo apresentaram uma tendência maior a agir de forma irresponsável em relação ao dinheiro. E diziam o mesmo de seus parceiros, por sinal.

Os resultados, publicados no Journal of Family and Economic Issues, sugerem que a maneira de se relacionar com um parceiro romântico pode ter reflexo na relação com as finanças.

Quer alguns exemplos de como isso acontece? A pessoa pode estar tão preocupada em agradar o parceiro que acaba gastando mais do que deve para tentar “comprar” o amor do outro, ou para se sentir superior. Já quem tem apego evitativo não se preocupa com o parceiro e, por causa disso, pode acabar perdendo o controle também.

Os pesquisadores também acreditam que a opinião sobre como os outros gastam também difere para os dois perfis: quem tem apego ansioso tende a valorizar o parceiro além da conta, mas também é inseguro e desconfia dele; já quem possui apego evitativo tende a se achar melhor que o parceiro. No final das contas, ambos podem ter problemas no amor e no bolso.

comportamento emoções relacionamento ansiedade personalidade amor dinheiro apego finanças