Direitos LGBT ajudaram jovens nos EUA, mas ainda é preciso mais

Discriminação não é somente um problema social, mas também um problema de saúde. Um estudo publicado esta semana pela Faculdade de Saúde Pública da

Jairo Bouer Publicado em 10/02/2020, às 21h07

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Discriminação não é somente um problema social, mas também um problema de saúde. Um estudo publicado esta semana pela Faculdade de Saúde Pública da Universidade de Boston, nos EUA, mostra que, apesar de mais adolescentes se sentirem estimulados a assumir que não se identificam como heterossexuais, as taxas de suicídio entre esses jovens permanece alta.

Em artigo publicado no periódico Pediatrics, os pesquisadores relatam que a proporção de alunos de ensino médio que se descrevem como minoria sexual praticamente dobrou de 2009 para 2017 – passou de 7,3% para 14,3%. A análise contou com dados de seis estados norte-americanos.

Em 2009, 26,7% dos adolescentes LGBTQIA+ relataram ter tentado acabar com a própria vida nos 12 meses anteriores às entrevistas. A proporção diminuiu para 20,1% em 2017, mas ainda é muito alta. Entre jovens heterossexuais da mesma faixa etária, cerca de 6% relataram tentativas de suicídio, e a proporção permaneceu inalterada no período.

Os autores do estudo afirmam que a promoção de direitos da população LGBTQIA+ desempenha um papel importante para a saúde mental. Um trabalho de 2017, que inclusive contou com um dos pesquisadores de Boston, associou a legalização do casamento gay a uma redução de 7% em tentativas de suicídio entre estudantes do ensino médio.

Para a equipe, é fundamental que instituições de saúde e escolas tenham políticas e programas voltados para a proteção das minorias sexuais. Eles também defendem que isso seja incluído nos currículos das faculdades de medicina e de educação. É bom que jovens se sintam mais à vontade para se abrir sobre sua orientação sexual, mas ainda é preciso avançar muito mais.

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