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Disposição dos alimentos e autoestima podem ter relação com a obesidade

Imagem Disposição dos alimentos e autoestima podem ter relação com a obesidade

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h27 - Atualizado às 23h56

Um estudo feito nos EUA identificou dois fatores de risco importantes para a obesidade que aparentemente não têm relação um com o outro. Um deles é ter baixa autoestima relacionada ao peso e o outro, manter alimentos espalhados pela casa, e não apenas na cozinha.

O trabalho, executado por pesquisadores da Universidade de Ohio, teve como objetivo investigar até que ponto o ambiente doméstico – inclusive características arquitetônicas e a disponibilidade dos alimentos – interfere na obesidade. E uma série de fatores psicológicos também foram avaliados.

O estudo, publicado no International Journal of Obesity, contou com 100 participantes de 20 a 78 anos. Metade era obesa, com IMC (Índice de Massa Corporal) médio de 36. A outra metade não era obesa. Os pesquisadores fizeram entrevistas e visitas às casas dos participantes.

A equipe descobriu que os obesos apresentavam uma tendência maior a deixar alimentos visíveis em diferentes partes da casa – e não só na cozinha – em comparação com os não obesos. E esses itens, em geral, eram pouco saudáveis, como doces.

Os dois grupos gastavam aproximadamente a mesma quantidade de dinheiro em comida e relatavam consumir um total calórico semelhante, mas os participantes não obesos gastavam menos com fast food que os obesos.

Os obesos também apresentavam maior preocupação em ter a quantidade suficiente de alimento em casa, mas não por razões financeiras.

Os pesquisadores também descobriram que os obesos relatavam claramente uma autoestima relacionada ao peso mais baixa em relação aos não obesos, além de mais sintomas de depressão.

O principal autor do estudo, o professor de psicologia Charles Emery, observa que programas de emagrecimento deveriam focar mais a autoestima das pessoas, já que isso ajuda na implementação de mudanças comportamentais no ambiente doméstico.

Os pesquisadores avisam que o estudo apenas fez um registro do que acontece. Por isso, não é possível saber se o ambiente contribui para a obesidade, ou se a obesidade é que acaba interferindo no meio ambiente. É possível que as duas coisas aconteçam.

Mas eles acreditam que o ambiente doméstico é um alvo importante a ser moldado quando se pensa em emagrecer, já que é onde a maioria das pessoas passa a maior parte do tempo.