Redação Publicado em 20/12/2024, às 18h00
Milhões de mulheres sentem dor antes, durante ou depois da relação sexual. Essa é uma condição chamada dispareunia, que diminui o desejo sexual, o prazer e pode impactar a qualidade de vida.
Muitas mulheres sofrem em silêncio e não procuram ajuda ou têm dificuldade em encontrar um médico que possa diagnosticar e tratar as causas da sua dor.
A dispareunia pode acontecer em qualquer idade, mas é particularmente comum entre mulheres que chegaram à menopausa. Um estudo britânico de 2017 mostrou que uma em cada dez mulheres sente alguma dor durante a relação sexual.
A intensidade da dor pode variar dependendo do caso, sendo geralmente descrita como uma sensação de queimadura e ardência. Dependendo da causa, a dor pode estar localizada na parte externa (vulva), dentro da vagina ou nas profundezas da pelve. Muitas mulheres sentem desconforto principalmente no vestíbulo, a área rica em nervos na abertura vaginal.
A dispareunia pode começar de repente ou se desenvolver de forma gradual, podendo causar dor toda vez que ocorre o sexo ou apenas ocasionalmente. Para algumas mulheres, simplesmente pensar na relação sexual já é doloroso, o que faz com que evitem o sexo.
Entre as possíveis causas estão alterações hormonais, várias condições médicas ou nervosas, e problemas emocionais, como ansiedade ou depressão.
Em relação à dor em mulheres na meia-idade, os principais responsáveis pelo problema são a atrofia vaginal e a deterioração do tecido da vagina causada pela perda de estrogênio. Isso ocorre porque, quando a produção ovariana desse hormônio diminui na menopausa, o tecido vaginal pode se tornar mais fino, menos lubrificado e menos elástico. Eventualmente, essas alterações resultam em secura vaginal, queimação, coceira e dor.
Outra explicação possível é a vulvodínia, uma síndrome de dor crônica que afeta o vestíbulo da vulva. Qualquer tipo de toque ou pressão, não apenas de penetração, mas até mesmo de um absorvente, jeans apertado ou tecido higiênico, pode causar desconforto.
Doenças de pele na área genital, como eczema e psoríase, endometriose, doença inflamatória pélvica, infecções do trato urinário, da vagina ou de órgãos reprodutivos, tratamentos contra o câncer, lesão na área pélvica do parto e cirurgia reconstrutiva também podem causar dor na relação sexual.
Além de tudo isso, fatores psicológicos ou emocionais podem estar envolvidos. Estresse, ansiedade, depressão, culpa, histórico de abuso sexual, traumas ou problemas de relacionamento podem estar na raiz do desconforto na hora do sexo.
Conheça algumas maneiras de gerenciar a dor no sexo e aumentar o prazer:
Lubrificantes: lubrificantes à base de água podem reduzir o atrito e a dor durante a relação sexual.
Técnicas sexuais: estender preliminares para aumentar a lubrificação nos tecidos vaginais antes da relação sexual. Também é válido tentar trocar de posição e experimentar diferentes maneiras de sexo, sempre comunicando a parceria sobre o que está ou não confortável.
Frequência: a atividade sexual frequente pode ajudar a alongar e a fortalecer os músculos e aumentar o fluxo sanguíneo e a lubrificação. Mas se a relação sexual dói, tente praticar a masturbação ou diferentes formas de sexo que não envolvam penetração.
Cuidados com a vagina: lave a região da vagina sempre com sabão suave ou água e seque bem. Evite produtos perfumados, use roupas leves e escolha roupas íntimas de algodão para evitar infecções.
Fonte: Harvard Health Publishing