Dormir com seu animalzinho pode ser muito bom, mas é preciso saber das vantagens e desvantagens disso
Redação Publicado em 15/03/2022, às 14h00
Quem tem pet sabe o quanto pode ser gostoso dormir junto com o animal (a não ser que seu bichinho seja muito animado durante a noite – nesse caso, colocá-lo no quarto pode ser um castigo). No entanto, a maioria dos pets são peludos e não têm os mesmos hábitos de higiene que os humanos. Portanto, é interessante questionar se eles são mesmo a melhor companhia para dividir a cama.
Antes de responder essa pergunta, vale a pena notar que a maioria das pesquisas sobre o tema de dormir junto com animais de estimação se concentra em cães e não em gatos. Mark Fierstein, especialista em medicina interna da NYU Langone Health, em Nova York (EUA), sugere que isso ocorre porque os gatos são mais noturnos e podem querer brincar ou até mesmo acordar propositalmente seu dono.
Segundo Fierstein, em entrevista à Everyday Health, o hábito pode minimizar o sentimento de solidão. “Muitas vezes, [as pessoas que dormem com animais de estimação] relatam uma maior sensação de segurança, companheirismo e relaxamento”, observa ele. “Para algumas pessoas, o calor do cachorro, o batimento cardíaco constante e a natureza protetora podem fazer com que dormir com eles seja seguro e aconchegante.”
Isso pode ser ainda mais real para pessoas que estão lidando com trauma ou transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), e sofrem, por isso, com problemas de sono, como insônia e pesadelos.“Eles ajudam a deixar a pessoa à vontade e a se sentir segura”, diz Fierstein.
Inclusive, alguns cães de serviço são treinados especificamente para ajudar as pessoas com TEPT a lidar com pesadelos, acordando-as quando sentem a angústia relacionada ao sonho ruim. Uma pesquisa que entrevistou veteranos que vivem com TEPT descobriu que, para 57% dos entrevistados, cães de serviço treinados dessa maneira os ajudaram a gerenciar esse sintoma característico do transtorno, de acordo com um estudo transversal publicado na Frontiers in Psychology em julho de 2020.
Leslie Sinn, especialista em comportamento veterinário da Behavior Solutions em Ashburn, Virgínia (EUA), diz que um animal pode realmente acalmar o tutor caso ele acorde desorientado. “A presença do cachorro pode ser realmente reconfortante e aterradora”, diz ela.
Fierstein ainda acrescenta que algumas pesquisas descobriram que ter um cachorro na cama durante o sono não atrapalha o sono de maneira significativa. Ele destaca um estudo observacional, publicado em setembro de 2017 no Mayo Clinic Proceedings, que mostrou que os tutores de cães tinham uma eficiência de sono ligeiramente menor (uma medida do tempo gasto dormindo versus o tempo gasto na cama) quando seus cães dormiam na cama do que os tutores que tinham cachorros dormindo em outro lugar da casa, mas nenhum dos cenários reduziu a eficiência do sono das pessoas a um nível preocupante.
Não é bem assim. Apesar de haver vantagens em dormir com os peludos, Fierstein inclui na lista algumas desvantagens também, como maior oportunidade de exposição a alérgenos ou doenças, e qualidade do sono interrompida, como reitera a Sleep Foundation, organização que congrega especialistas em sono nos EUA.
“Se o dono tem sono leve, ele pode não se dar bem com um cachorro ou gato no quarto”, observa Fierstein. Por exemplo, ele aponta que um cachorro que ronca alto não é um companheiro ideal para dormir.
Confira:
Alguns cães também podem mostrar comportamento agressivo – como rosnar ou até morder – como uma resposta reflexiva de sobressalto se forem acordados inesperadamente, e isso pode ser potencialmente perturbador ou perigoso para a pessoa que dorme ao lado deles.
Assim como tudo na vida, dividir a cama com seu pet exige ponderação. Você precisa, primeiramente, conhecer o comportamento do animal para saber se ele ficará quieto durante a noite e se não vai atrapalhar muito enquanto descansa.
Também é necessário manter a higiene, trocando as roupas de cama com frequência e mantendo o pet limpo.
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