Redação Publicado em 26/03/2021, às 14h49
Recentemente, um vídeo viralizou na internet ao sugerir que a inalação de água sanitária ajuda a prevenir e curar a Covid-19. Por isso, o Sistema CFQ/CRQs (Conselho Federal de Química e 21 Conselhos Regionais) e a Associação Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes (Abipla) emitiram, na última quinta-feira (25), uma nota para alertar sobre o perigo que essa inalação pode representar à saúde.
A nota informa que produtos de limpeza, como a água sanitária, foram desenvolvidos para utilização sobre superfícies, de forma diluída. A associação cita os termos da Nota Técnica Nº 47/2020, da Anvisa (Associação Nacional de Vigilância Sanitária), que aconselha o uso de luvas, máscara e óculos para manuseio seguro desses produtos, por terem alto grau de corrosividade à pele, olhos e mucosas. "Portanto, em nenhuma hipótese recomenda-se a inalação, ingestão ou exposição à pele deste tipo de substância em animais ou humanos."
O documento também chama atenção para o fato de que qualquer tratamento precoce para a Covid-19 carece de comprovações científicas e divide opiniões até entre os próprios médicos. "Medidas de distanciamento social, higiene pessoal e vacinação em massa são as principais iniciativas respaldadas na Ciência e, por enquanto, as que devem ser consideradas para o controle da pandemia”, diz a nota.
Em janeiro, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Associação Médica Brasileira (ABM) emitiram uma nota alertando para a importância da vacinação e negando a eficácia de qualquer tipo de "tratamento precoce" para o Covid-19.
"Além das dificuldades já esperadas para o momento, a disseminação de fake news, especialmente por meio das redes sociais, não para de crescer. A desinformação dos negacionistas que são contra as vacinas e contra as medidas preventivas cientificamente comprovadas só pioram a devastadora situação da pandemia em nosso país", escrevem as entidades no informativo.
"As melhores evidências científicas demonstram que nenhuma medicação tem
eficácia na prevenção ou no “tratamento precoce” para a COVID-19 até o presente
momento", continuam. "Pesquisas clínicas com medicações antigas indicadas para outras doenças e novos medicamentos estão em pesquisa. Atualmente, as principais sociedades
médicas e organismos internacionais de saúde pública não recomendam o
tratamento preventivo ou precoce com medicamentos, incluindo a Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA), entidade reguladora vinculada ao Ministério da
Saúde do Brasil".
Por fim, eles finalizam lembrando a importância da vacinação: "As vacinas têm o potencial de evitar a COVID-19 grave, evitando internamentos hospitalares, necessidade de oxigenioterapia, admissões em unidades de terapia intensiva e óbito e, assim, controlarmos a pior crise sanitária dos últimos cem anos".
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