Segundo experimentos, a visualização é capaz de mudar a forma como uma informação é processada no cérebro
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h27 - Atualizado às 23h56
De acordo com o principal autor do trabalho, Geoffrey Woodman, da Universidade de Vanderbilt, nos EUA, imaginar-se realizando uma tarefa que envolva a visão, como encontrar um objeto ou pegar uma bola, pode ter efeito similar ou até superior à estratégia de repeti-la diversas vezes.
Ele afirma que a visualização é capaz de mudar a forma como uma informação é processada no cérebro. É por isso, diz o pesquisador, que muitos treinadores têm bons resultados quando utilizam o recurso para melhorar a performance de atletas.
A equipe liderada por Vanderbilt analisou a atividade cerebral de diversas pessoas enquanto realizavam uma determinada tarefa – encontrar uma carta “X” no meio de uma série de outras. A cada rodada, a carta-alvo estava em um lugar diferente.
Uma parte do grupo foi orientada a se imaginar encontrando o alvo antes de realizar a tarefa de verdade, enquanto outra parte teve oportunidade de praticar o jogo diversas vezes. Quem utilizou o recurso da visualização se saiu melhor nos testes, e encontrou as cartas mais rápido.
Os pesquisadores repetiram o experimento inúmeras vezes, pois eles próprios não acreditavam que o desempenho de quem usava a visualização podia mesmo ser superior.
Os resultados indicaram que a imaginação supera a prática porque não envolve tanta interferência visual. Ou melhor: ao praticar o jogo, as cartas que não eram o alvo pareciam deixar traços na memória que atrapalhavam o desempenho na rodada seguinte. E os exames de eletroencefalograma executados durante os experimentos também confirmaram a hipótese.
Os pesquisadores ponderam que a descoberta pode ter implicações em diversos campos de atuação além do esporte. E não seria demais concluir que a ferramenta pode ajudar em tarefas práticas do dia a dia.