Pesquisadores usaram ressonância magnética funcional para estudar os cérebros de 20 pessoas com dor crônica
Cármen Guaresemin Publicado em 01/08/2023, às 09h00
Um estudo publicado em julho no Proceedings of the National Academy of Sciences, conduzido por uma equipe liderada pelo neurocientista Dan-Mikael Ellingsen, do Hospital Universitário de Oslo, na Noruega, mostrou que as demonstrações de empatia dos médicos para com os pacientes podem diminuir a sensação de dor.
Pesquisadores usaram ressonância magnética funcional (RMF) para estudar os cérebros de 20 pessoas com dor crônica e investigar como o comportamento de um médico pode afetar a sensibilidade dos pacientes à dor, incluindo efeitos no sistema nervoso central. Durante os exames, que foram realizados em duas sessões, as pernas dos pacientes foram expostas a estímulos que variaram de indolores a moderadamente dolorosos. Os pacientes registraram a intensidade da dor percebida por meio de uma escala. Os médicos também foram submetidos à RMF.
Metade dos pacientes foi submetida aos estímulos de dor enquanto estavam sozinhos; a outra metade foi submetida à dor na presença de um médico. O último grupo de pacientes foi dividido em dois subgrupos. Metade dos pacientes havia falado com o médico acompanhante antes do exame. Eles discutiram a história da condição do paciente até o momento, entre outras coisas. A outra metade passou pelas varreduras cerebrais sem qualquer interação prévia com um médico.
Ellingsen e seus colegas descobriram que os pacientes que estavam sozinhos durante o exame relataram mais dor do que aqueles que estavam na presença de um médico, embora fossem submetidos a estímulos da mesma intensidade. Nos casos em que o médico e o paciente já haviam conversado antes da varredura cerebral, os pacientes também sentiram que o médico era empático e compreendia sua dor. Além disso, os médicos foram mais capazes de estimar a dor que seus pacientes experimentaram.
Os pacientes que tiveram um médico ao lado experimentaram consistentemente uma dor mais leve do que a sentida por aqueles que estavam sozinhos. Para as duplas que conversaram previamente, os pacientes consideraram que seu médico era mais capaz de compreender sua dor, e os médicos estimaram com mais precisão a intensidade da dor percebida por seus pacientes.
Houve maior atividade no córtex pré-frontal dorsolateral e ventrolateral, bem como nas áreas somatossensorial primária e secundária, em pacientes do subgrupo que havia falado com um médico. Para os médicos, em comparação com o grupo de comparação, houve um aumento na correspondência entre a atividade no córtex pré-frontal dorsolateral e a atividade nas áreas somatossensoriais secundárias dos pacientes, que é uma região do cérebro conhecida por reagir à dor. A correlação da atividade cerebral aumentou de acordo com a confiança mútua autorreferida entre o médico e o paciente.
“Esses resultados provam que a empatia e o apoio podem diminuir a intensidade da dor”, escreveram os pesquisadores. Os dados lançam luz sobre os processos cerebrais por trás da modulação social da dor durante a interação entre o médico e o paciente. As concordâncias no cérebro são aumentadas por uma maior aliança terapêutica.
Fonte: Medscape
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