Redação Publicado em 04/03/2022, às 10h00
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, 1 bilhão de pessoas já sofrem com o sobrepeso no mundo, número que se intensificou durante a pandemia. Estima-se que até 2025 ao menos 20% da população brasileira adulta esteja obesa. Segundo a nutróloga Esthela Oliveira, isso se dá especialmente pelos altos níveis de estresse a que fomos submetidos após o surto de COVID-19.
Desde que a pandemia começou diversos estudos mostraram o aumento de casos de depressão, ansiedade e burnout, condições totalmente relacionadas ao estresse excessivo. A questão é que junto com elas vêm as mudanças no estilo de vida e na alimentação, induzindo a um maior consumo calórico e ao sedentarismo, que levam diretamente ao sobrepeso”, analisa Esthela.
O alto consumo calórico, especialmente de alimentos doces, traz a sensação de alívio para o estresse, mas Esthela explica que as consequências do desequilíbrio emocional e de distúrbios alimentares podem levar a um conjunto de comorbidades associadas à obesidade, como diabetes, doenças cardiovasculares e hipertensão.
O cortisol liberado nos picos de ansiedade e estresse também estimula a liberação de adrenalina e de insulina como uma resposta metabólica de defesa para fornecer mais energia aos músculos. No entanto, como isso acontece diversas vezes ao longo do dia, o sistema nervoso central entende que precisa de muito mais energia para sobreviver, fazendo com que a pessoa consuma mais comida, principalmente as altamente calóricas para fazer essa reserva energética e trazer mais saciedade, resultando, em longo prazo, em diversos prejuízos à saúde”.
Além disso, a especialista ressalta que pessoas que sofrem com ansiedade, depressão e estresse, costumam se exercitar menos, o que, durante a pandemia, se tornou ainda mais comum, dificultando a manutenção ou perda de peso.
Por essa razão, reforçamos a importância de realizar um acompanhamento médico multidisciplinar, que abranja o tratamento do paciente em todas as esferas, para ajudá-lo a encontrar um equilíbrio entre a saúde emocional e física, adequando a dieta ideal a hábitos de vida que tornem sua rotina mais saudável e menos estressante”, conclui Esthela Oliveira.
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