Entenda por que a maconha sintética é tão perigosa

Análises feitas por pesquisadores da Universidade de Arkansas explicam por que essa versão é potencialmente fatal

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h45 - Atualizado às 23h54

-
Foto cedida pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos

A maconha sintética, também chamada de K2 ou Spice, tem ganhado popularidade no Brasil e fora do país. Nos Estados Unidos, por exemplo, seu uso é bastante comum entre adolescentes e militares, já que a estrutura química da droga não é identificada em testes padrão para detectar o uso de maconha.

Mas relatos de médicos e estudos científicos têm chamado atenção para os perigos dessa versão produzida em laboratórios de fundo de quintal. Um trabalho que acaba de ser publicado pela Universidade de Arkansas aponta efeitos graves como convulsões, psicose, dependência, AVC, lesões renais, problemas cardíacos e morte.

O principal composto psicoativo da maconha, o THC, é conhecido por ativar dois receptores canabinoides, o CB1 e CB2, que estão espalhados pelo corpo humano. Os pesquisadores descobriram que a versão sintética ativa o primeiro receptor numa intensidade que a erva jamais seria capaz de alcançar. Além disso, ele dizem que, por ser quimicamente diferente do THC, a maconha sintética ativaria outros receptores, além do CB1 e CB2, o que explicaria os efeitos potencialmente fatais.

Em artigo publicado no periódico Trends in Pharmacological Sciences, os pesquisadores alertam que os usuários nunca sabem o que vão consumir, pois a quantidade de composto ativo varia muito não só entre os laboratórios, como também de lote para lote. Eles ainda observam que as pessoas, hoje, tendem a ver tudo o que é rotulado como maconha como mais seguro, o que não é verdade, especialmente no caso das drogas sintéticas.

drogas maconha drogas sintéticas efeitos K2 maconha sintética riscos Spice início