Dados apresentados na véspera do Dia Mundial de Luta Contra a Aids mostram que o número de novas infecções por HIV não cai no Brasil
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h43 - Atualizado às 23h54
Dados apresentados pelo Ministério da Saúde nesta quarta-feira (30), véspera do Dia Mundial de Luta Contra a Aids, mostram que o número de novas infecções por HIV não tem diminuído no país. São mais de 41 mil novos casos por ano, total que se mantém estável há bastante tempo. Para piorar, dos 827 mil brasileiros que hoje convivem com o vírus, 112 mil desconhecem a sua condição.
O país segue a tendência mundial. O relatório da Unaids, o programa conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids, revelou, na semana passada, que em 2015 houve 2,1 milhões de casos novos, total que tem se mantido estável nos últimos cinco anos.
A boa notícia é que a taxa de detecção da Aids em crianças com até 5 anos apresentou uma queda de 36% de 2010 para cá, no Brasil. Isso significa que o cuidado com gestantes soropositivas tem evitado a transmissão vertical (na gravidez ou no momento do parto), o que também vem ocorrendo em outras partes do mundo.
A mortalidade por Aids também vem apresentando queda – se em 1995 havia quase 10 mortos para cada 100 mil habitantes pela doença, em 2015 foram 5,6.
Mas ainda há muito motivo para preocupação. Existem 372 mil soropositivos sem tratamento para controlar o HIV, o que eleva a chance de transmissão para outras pessoas.
Os dados mostram que garotas e jovens gays de populações mais excluídas continuam os mais vulneráveis à doença, pela falta de acesso às estratégias de diagnóstico e prevenção, algo que deveria ser reforçado nas escolas e nas mídias sociais. Enquanto isso não mudar, a epidemia não vai ceder.