Escovas interdentais são mais eficazes na tarefa de desorganização do biofilme oral
Dr. Hugo Roberto Lewgoy Publicado em 09/10/2022, às 09h00
As regiões localizadas entre os dentes são locais críticos para o acúmulo da chamada placa bacteriana, ou biofilme oral. Nesses locais, a incidência de cáries e doenças gengivais é muito grande, sendo necessária uma higienização diária para a prevenção desses problemas. Apesar de ser um ótimo acessório para a remoção dos detritos alimentares que podem ficar retidos entre os dentes, o fio dental não consegue higienizar adequadamente esses locais, pois existem irregularidades e concavidades que dificultam o seu acesso completo.
As escovas interdentais foram desenvolvidas especificamente para a higienização dessas áreas localizadas entre os dentes, conhecidas como regiões interproximais ou interdentais. Com apenas cinco diferentes diâmetros, as escovas interdentais do tipo Prime possibilitam uma desorganização muito suave, mas totalmente eficaz do biofilme oral que é depositado constantemente nesses locais.
As escovas interdentais devem ser utilizadas uma vez por dia, preferencialmente à noite antes de dormir, apenas com um movimento de vai e vem. A escova interdental deve ter o diâmetro correto para entrar com leve resistência no espaço interdental, de maneira sempre suave e sem forçar, e não deve ficar muito apertada ou folgada. Normalmente, dois ou, no máximo, três diferentes tamanhos suprem todas as necessidades de uma pessoa.
Algumas vezes, pode ocorrer sangramento gengival quando a escova interdental retém o biofilme oral em suas cerdas. Na realidade, isso não é ocasionado pela escova interdental, mas sim pela existência prévia de um processo inflamatório e edema. Após uma ou, no máximo, duas semanas de utilização das escovas interdentais, em média, a inflamação regride e o sangramento desaparece, possibilitando o retorno da saúde gengival.
A correta técnica de utilização das escovas interdentais é muito importante para não machucar a chamada papila gengival, que é aquela porção da gengiva que ocupa o espaço entre dois dentes adjacentes. Com delicadeza e inclinando a escova interdental em direção a gengiva, contorna-se a papila e introduz-se a escova interdental no espaço entre dois dentes. Então, retifique a posição, deixando a escova perpendicular à superfície externa do dente. Finalize a inserção com um movimento de vai e vem.
Isso é o suficiente para uma higiene completa da região interdental. Normalmente, essas pequenas escovas podem ser utilizadas em todos os dentes, principalmente nos dentes do fundo da boca, também conhecidos como dentes posteriores (molares e pré-molares). Porém, algumas vezes, os dentes da parte da frente da boca, também conhecidos como dentes anteriores (caninos e incisivos), podem apresentar espaços muito apertados. Quando isso ocorre, significa que as superfícies interdentais são planas e, nesses casos, o fio dental também pode ser utilizado de forma eficaz.
Resumidamente, na grande maioria das vezes, as escovas interdentais podem substituir o fio dental. Como citado anteriormente, o fio dental é muito bom para a remoção de restos de alimentos, mas deve ser utilizado em conjunto com as escovas interdentais, pois a região localizada entre os dentes possui um formato côncavo (como se fosse um prato de sopa), então as escovas interdentais são mais eficazes na tarefa de desorganização do biofilme oral. Inclusive, a Federação Europeia de Periodontia recomenda a utilização das escovas interdentais por qualquer pessoa. Utilize as escovas interdentais diariamente e consulte o seu cirurgião-dentista de confiança a cada seis meses. Essa rotina vai garantir a completa prevenção das doenças orais ao longo de toda a sua vida, ajudando inclusive a saúde geral. Lembre-se: “a saúde começa pela boca”.
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