Está com burnout de aplicativos de relacionamento? Veja o que fazer

A pandemia e o isolamento fizeram com que muita gente tivesse que alterar os meios de conhecer novas pessoas. E, apesar de o Brasil já ter começado a vacinação, ainda estamos muito longe de poder abrir bares e fazer festas com segurança.

Por isso, a saída que muitos encontraram para buscar novos relacionamentos foram os aplicativos. Contudo, até mesmo isso pode ficar cansativo depois de um tempo, como explica a psicóloga Lizandra Arita. Segundo ela, usar aplicativos com o intuito de conhecer possíveis companheiros tem suas vantagens, mas é preciso prestar atenção em alguns detalhes.

“Você não sabe quem está do outro lado. Para que haja benefícios, é necessário saber fazer perguntas e analisar o perfil. Não pode se iludir com cada coisa que a pessoa está falando. Você não sabe o quanto essa pessoa é real”, explica ela. “Geralmente, as pessoas inseguras, com a autoestima baixa, preferem esse tipo de relacionamento de apps, porque elas não precisam se mostrar”.

Dá para achar “par ideal” nos apps?

Lizandra conta que já ouviu relatos de muitos pacientes que tiveram experiências boas com os aplicativos. “Quem sabe exatamente o que está procurando, torna mais fácil achar um perfil que combine mais com o seu, incluindo as qualidades e os hobbies. Então, se a pessoa realmente falou a verdade no perfil dela, vai fazer mais sentido”, comenta.

Confira:

• Quando entro nos aplicativos de namoro eu fico para baixo. Tem solução?
• WebStory: como lidar com o "Dating Burnout"? 
• O que mudou para o amor e o sexo na era digital?

De qualquer forma, a psicóloga ressalta que não existe essa história de par ideal. “Uma análise que eu gosto muito que os pacientes façam é a de observar o parceiro. A primeira coisa é: como foram os relacionamentos anteriores? Por que deu errado? Por que terminou? Aí você já vai ter uma ideia de quais são as questões emocionais do parceiro e com o que terá que lidar”, explica Lizandra.

Certas questões na forma de se relacionar podem ter origem na infância. “Eu gosto muito que meus pacientes perguntem como foi o relacionamento dos pais, porque foi o primeiro modelo de relacionamento, e pode ser que ele repita ou tenha trauma desse padrão. Depois, a gente fala de cultura, valores e etc”.

Como lidar com o cansaço de aplicativos?

Embora Lizandra destaque os pontos positivos e negativos de tentar encontrar alguém virtualmente, é inegável que em algum momento acaba ficando cansativo iniciar conversas, conhecer pessoas e se preocupar com a rejeição. O fenômeno até ganhou um apelido em inglês – dating burnout, que pode ser traduzido como o esgotamento provocado por encontros marcados por aplicativos. 

Se você se identifica, veja algumas dicas para evitar o problema:

• Leve em consideração que existem pessoas reais por trás das fotos. Logo, não trate as coisas como um jogo e dê “like” apenas em quem você realmente gostar. Isso já poupa o tempo de muita gente.
• Não foque apenas no aplicativo. Tenha uma vida fora dele também, então aproveite seu tempo livre para se exercitar, desenvolver um hobby, conversar com outros amigos ou até se aproximar mais da família.
• Não se cobre tanto. Tudo bem não dar “match” com todo mundo ou não conseguir manter um papo. Isso poderia acontecer também na vida real e é algo supernormal. Caso sinta vontade, tire um tempo pra você e dê um descanso dos aplicativos.

Ouça também: