Redação Publicado em 20/07/2022, às 14h30
Uma nova pesquisa publicada no Journal of the American Heart Association (JAHA) revelou que adotar um estilo de vida saudável pode reduzir em até 45% o risco de acidente vascular cerebral (AVC), conhecido como derrame, em pessoas geneticamente propensas.
Fizeram parte do estudo mais de 11.500 adultos de 45 a 64 anos que nunca tinham sofrido um derrame até o início do levantamento. Todos foram acompanhados por uma média de 28 anos.
Os níveis de saúde cardiovascular foram baseados nas recomendações do “American Heart Association's Life 7”, que incluem: parar de fumar, comer de forma balanceada, fazer atividade, perder peso, controlar a pressão arterial, controlar o colesterol e reduzir os níveis de açúcar no sangue.
Além disso, as chances de ocorrer um AVC foram computadas de acordo com o que é chamado de "escore de risco poligênico", com pessoas que tinham mais fatores de risco genéticos ligadas a uma maior pontuação de derrame.
Segundo os pesquisadores, os resultados confirmam que modificar fatores de risco, como controlar a pressão arterial, pode compensar a propensão genética para o AVC. No estudo, aqueles que pontuaram mais alto para o risco genético de AVC e tiveram as piores marcas para a saúde cardiovascular apresentaram 25% mais chances de ter um derrame.
Independente do nível de risco genético, os participantes que levavam um estilo de vida saudável reduziram esse risco de 30% a 45%, o que somou aproximadamente mais seis anos de vida sem AVC. No geral, as pessoas com baixa adesão ao “Life's Simple 7” sofreram mais eventos de AVC (56,8%) enquanto aquelas com alta adesão tiveram 6,2%.
Confira:
O AVC é provocado pela interrupção do fluxo sanguíneo nos vasos do sistema nervoso central (AVC isquêmico) ou pelo vazamento de sangue desses mesmos vasos (AVC hemorrágico).
Segundo a Organização Mundial de AVC (World Stroke Organization), a condição afetará uma em cada quatro pessoas ao longo da vida, sendo considerada uma das principais causas de incapacidade no mundo: aproximadamente 70% dos pacientes ficam com sequelas e 50% tornam-se dependentes.
Entre os principais sinais de alerta para a doença estão a perda súbita da força, formigamento de um lado do corpo (rosto e/ou membros), dificuldade para falar ou compreender a fala, perda súbita da visão de um ou ambos os olhos, perda do equilíbrio e/ou da coordenação, tontura e dores de cabeça intensas sem causas aparentes.
O principal ponto do AVC é que ele precisa de um atendimento rápido. A cada minuto, dois milhões de neurônios morrem e as chances de sequelas graves e, até mesmo, de sobrevida, diminuem drasticamente. Por isso, é essencial procurar ajuda de um centro especializado assim que os sintomas começarem.
Anualmente, o Brasil registra cerca de 400 mil novos casos de doenças cardiovasculares e, aproximadamente, 101 mil mortes causadas pelo AVC. Além disso, em 2019, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou mais de 223 mil internações pela doença e, no mesmo ano, ela foi responsável por 1,52 milhão de dias de internação nos hospitais públicos do país.
Existe uma técnica que ajuda no reconhecimento dos sintomas. São quatro etapas que seguem a abreviação “SAMU”:
Para evitar um AVC, também é importante prestar atenção aos principais fatores de risco, que podem ser divididos em duas categorias: não modificáveis e tratáveis.
No primeiro caso se encaixa a idade, já que, conforme ela aumenta, são maiores as chances. Segundo a Sociedade Brasileira de Doenças Cerebrovasculares, a prevalência tende a aumentar após os 55 anos.
Em relação aos fatores de risco tratáveis, é essencial realizar a prevenção e o cuidado com a pressão alta, a obesidade, o sedentarismo, as doenças do coração, o diabetes, o alcoolismo, o tabagismo e o colesterol elevado.
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