Pesquisa sugere que altos níveis de estresse aumentam as chances de pressão alta mesmo em quem não é hipertenso
Redação Publicado em 13/09/2021, às 19h30
Adultos com pressão arterial normal e altos níveis de hormônios do estresse apresentam maior probabilidade de sofrer com hipertensão e eventos cardiovasculares, como infarto e derrame. Pelo menos é o que sugere uma nova pesquisa publicada na Hypertension, uma revista da American Heart Association.
Estudos anteriores já mostraram que a exposição cumulativa a estressores diários e ao estresse traumático podem elevar o risco de doenças cardiovasculares. Inclusive, muito se discute sobre a conexão mente-corpo-coração, ou seja, a ideia de que a mente de uma pessoa pode afetar – positiva ou negativamente – sua saúde cardiovascular.
Segundo os pesquisadores, as análises anteriores se concentraram em observar a relação entre níveis de hormônios do estresse e pressão alta ou eventos cardíacos em pacientes que já conviviam com um quadro de hipertensão.
No estudo atual, os resultados mostram que os hormônios norepinefrina, epinefrina, dopamina e cortisolpodem aumentar com o estresse de eventos da vida, como o trabalho, relacionamentos e finanças, confirmando que este é um fator-chave para o risco de hipertensão e episódios cardiovasculares.
Para a equipe, essas informações são importantes para analisar o impacto do estresse em adultos da população geral, bem como para indicar se a medição rotineira dos hormônios do estresse precisa ser considerada como uma estratégia de prevenção da hipertensão e eventos cardíacos.
Para o estudo, foram utilizados dados de uma grande pesquisa de fatores de risco de aterosclerose (o endurecimento das paredes arteriais) com mais de 6.000 homens e mulheres dos Estados Unidos. Entre os participantes havia negros, brancos e hispânicos com pressão arterial normal e idades entre 48 e 87 anos.
Os pesquisadores avaliaram os índices de norepinefrina, epinefrina, dopamina e cortisol – hormônios que respondem aos níveis de estresse – através de um teste de urina noturno de 12 horas.
Confira:
Os participantes foram acompanhados por mais três visitas, entre setembro de 2005 e junho de 2018, para que se observasse o eventual desenvolvimento de um quadro de hipertensão ou a ocorrência de eventos cardiovasculares, como dor no peito, cateterismo com inclusão de stent, infarto ou derrame.
Os resultados mostraram que:
De acordo com os pesquisadores, estudar o estresse é desafiador, já que seus sinais e impactos podem variar de pessoa para pessoa. Porém, as descobertas podem ajudar a determinar se o estresse é capaz de identificar quem precisa de uma triagem adicional na prevenção da hipertensão e de possíveis eventos cardíacos.
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