Dois terços dos pesquisados afirmaram que enviariam fotos para uma pessoa desconhecida em redes sociais
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h39 - Atualizado às 23h54
Jovens com deficiência intelectual são mais suscetíveis a situações de abuso, e a internet só aumenta essa vulnerabilidade. É o que revela um estudo feito por uma equipe da Universidade do Estado do Michigan, nos Estados Unidos.
Os pesquisadores entrevistaram 28 adultos, com 27 anos, em média, que sofrem da síndrome de Williams, uma condição genética que gera atraso no desenvolvimento e torna as pessoas extremamente sociais e confiantes. Os dados foram publicados no periódico Journal of Intellectual Disability Research.
O número de participantes é pequeno, e a doença, relativamente rara. Mesmo assim, os resultados são preocupantes. Dois terços deles afirmaram que enviariam fotos para uma pessoa desconhecida em redes sociais como o Facebook. Eles também disseram que aceitariam ir para a casa de uma pessoa que conheceram on-line e teriam um relacionamento com elas sem que os pais soubessem.
A coordenadora do estudo, Marisa Fisher, estuda a síndrome de Williams há mais de uma década. Outros estudos conduzidos por ela mostram que indivíduos com essa condição, e também com síndrome de Down e autismo, costumam passar por situações de intimidação, roubo e abuso com alguma frequência.
Segundo ela, 86% dos adultos com a síndrome de Williams entram em redes sociais quase todos os dias, geralmente sem supervisão. Ela espera, com sua experiência, desenvolver um programa de habilidades sociais que inclui regras de comportamento e segurança on-line.
Apesar de a internet ajudar indivíduos com deficiência intelectual a ter uma qualidade de vida melhor, é preciso que essas pessoas sejam auxiliadas para definir configurações de privacidade, por exemplo, e para ter discernimento ao aceitar convites.