Um estudo feito nos EUA revela que indivíduos que apostam em eventos esportivos, games ou esportes de fantasia têm muito mais probabilidade de consumir bebidas alcoólicas em excesso, o chamado “binge drinking” (ou "beber pesado episódico").
As descobertas, compiladas por pesquisadores das universidades de Nevada, em Las Vegas, e do Novo México, publicadas esta semana na revista JAMA Network Open.
Ao longo de três semanas da primavera de 2022, os pesquisadores entrevistaram mais de 4.300 adultos nos EUA. Quase 3.300 relataram uso de álcool no ano anterior, enquanto cerca de 1.800 se identificaram como jogadores que apostaram em esportes no mesmo período.
Os pesquisadores descobriram que esses apostadores tinham 1,9 vezes mais probabilidade de relatar o consumo excessivo de álcool – definido como cinco ou mais bebidas para homens e quatro ou mais bebidas para mulheres ao mesmo tempo – quando comparados com não jogadores e jogadores que não apostam em esportes.
O estudo reforça pesquisas anteriores sobre a associação entre o uso indevido de substâncias e as apostas esportivas. Os indivíduos com frequência utilizam substâncias enquanto jogam e, dessa forma, ficam mais inclinados a assumir riscos, o que os pesquisadores temem que também se possa se refletir nos próprios hábitos de consumo de álcool dos apostadores.
“Nosso estudo sugere que os apostadores esportivos parecem usar álcool de maneiras particularmente arriscadas”, afirmou o coautor do estudo Shane Kraus, professor de psicologia em Nevada especializado em dependência. A equipe acredita que é fundamental informar as pessoas sobre os possíveis riscos do uso excessivo de álcool, especialmente durante as apostas.
Tatiana Pronin
Jornalista e editora do site Doutor Jairo, cobre ciência e saúde há mais de 20 anos, com forte interesse em saúde mental e ciências do comportamento. Vive em NY. Twitter: @tatianapronin