Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h25 - Atualizado às 23h56
O chamado “beber pesado episódico”, ou “binge drinking”, tem sido associado a uma série de problemas. Jovens que consomem grandes quantidades de bebida em poucas horas costumam ter pior desempenho na escola, apresentam comportamentos sexuais de risco e propensão maior ao suicídio.
Um novo estudo associa o beber pesado à ocorrência de comportamentos alimentares inadequados, especialmente entre meninas, como abusar de laxantes, remédios para emagrecer e períodos de jejum para compensar o excesso de comida e de bebida.
Segundo o autor do trabalho, Andrew Stickley, da Universidade Södertörn, na Suécia, havia poucos estudos sobre essa associação, e os que existiam eram restritos à população da América do Norte.
Ele e sua equipe utilizaram dados de uma pesquisa feita na Rússia com 2.488 estudantes (sendo 1.485 do sexo feminino) com idades entre 13 e 17 anos.
A relação entre consumo excessivo de álcool e transtornos alimentares também se confirmou, mostrando que o problema não depende tanto de questões culturais ou socioeconômicas. Os resultados serão publicados em março no periódico Alcoholism: Clinical & Experimental Research.
Muitas meninas sabem que a bebida alcoólica engorda, mas percebem que têm menos fome ao beber; por isso trocam uma coisa pela outra ao sair com os amigos. Beber de barriga vazia também faz com que elas fiquem “altas” mais rápido, o que, para muitas, é uma “vantagem”, mas só aumenta os riscos do álcool.
Transtornos alimentares, por si só, já trazem consequências graves à saúde dos jovens. Quando o problema está associado ao consumo excessivo de álcool, os danos aumentam exponencialmente.