Jovens que sentem receio de que os amigos tenham experiências mais interessantes que eles tendem a ficar bêbados com mais frequência
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h34 - Atualizado às 23h55
Um estudo realizado na Universidade de Otago, na Nova Zelândia, encontrou uma ligação forte entre esse “receio de ficar por fora”, que pode ser considerado uma espécie de ansiedade social, e a tendência a abusar do álcool.
A pesquisa contou com dois experimentos diferentes e um total de 432 estudantes. No primeiro teste, os jovens responderam a diversas questões sobre comportamento e consumo de bebida alcoólica. No segundo, eles tinham que anotar tudo o que haviam bebido em um diário ao logo de duas semanas.
Os indivíduos que apresentaram pontuação alta na escala FoMO foram aqueles que, nos questionários, concordavam fortemente com afirmações como “fico incomodado quando deixo de ir a um encontro com os amigos” e “tenho receio de que os outros tenham experiências mais interessantes do que eu”.
De acordo com o estudo, esses jovens foram duas vezes mais propensos a ter vivenciado experiências negativas com o álcool nos meses anteriores à pesquisa. A maioria deles relatou que havia feito coisas das quais se envergonhava enquanto estavam alcoolizados, ou nem se lembravam do que tinham feito. Eles também foram mais propensos a beber em ocasiões em que não haviam planejado fazer isso.
Os autores acreditam que trabalhar esse medo de ficar de fora seja uma forma de, indiretamente, melhorar a relação de alguns jovens com o álcool. Os resultados foram publicados na revista Annals of Neuroscience and Pscychology e divulgados no jornal britânico Daily Mail.