Raio-x de dependentes mostra que, além de ter relação com transtornos mentais, o comportamento é mais comuns em homens solteiros
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h38 - Atualizado às 23h55
A tendência a se viciar em videogames pode estar associada ao transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), ao transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e à depressão. É o que aponta um estudo publicado na revista Psychology of Addictive Behaviors, da Associação Americana de Psicologia.
A pesquisa também mostrou que esse tipo de dependência é mais prevalente em homens jovens e que não estão em um relacionamento atual. Para o sexo feminino, mostram os dados, a tendência maior é a compulsão se voltar para redes sociais e compras online.
Os pesquisadores, coordenados pela doutora em psicologia Cecilie Schou Andreassen, da Universidade de Bergen, analisaram mais de 20 mil questionários para chegar às conclusões.
Para a equipe, o envolvimento excessivo com jogos pode funcionar como um mecanismo de fuga para lidar com sensações desagradáveis associadas ao TOC ou à depressão, ou acalmar a inquietação comum a quem sofre de TDAH.
O estudo utilizou as seguintes perguntas para identificar o vício em videogames entre os participantes:
– Você pensa em jogar o dia todo?
– Você tem passado cada vez mais tempo jogando?
– Você joga para esquecer sobre sua vida real?
– Outros têm tentado reduzir seu tempo de jogo, sem sucesso?
– Você se sente mal quando não pode jogar?
– Você tem brigas com os outros (como família ou amigos) por causa do seu tempo gasto em jogos
– Você negligencia outras atividades importantes (como escola, trabalho ou esportes) para jogar?
Pelo menos quatro respostas positivas configuram um sinal de alerta para que se busque ajuda. Enquanto a maioria das pessoas têm uma relação saudável com os videogames, e jogam só de vem em quando, para relaxar, para outras a necessidade é tão forte que prejudica outros aspectos da vida.