Enquanto 86% das lésbicas dizem chegar ao orgasmo na maioria das relações, 65% das heterossexuais e 66% das bissexuais afirmam o mesmo
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h45 - Atualizado às 23h54
Um estudo, publicado no Archives of Sexual Behavior, mostra que muitos homens ainda estão longe de entender o corpo da mulher. Enquanto 86% das lésbicas dizem chegar ao orgasmo na maioria das relações, apenas 65% das heterossexuais e 66% das bissexuais afirmam o mesmo.
Muita gente já dizia que transar com alguém do mesmo sexo aumentaria as chances de chegar ao orgasmo, já que uma mulher saberia melhor como dar prazer a outra. Mas isso foi confirmado num trabalho que contou com mais de 52 mil adultos de diferentes orientações sexuais nos Estados Unidos.
Entre os homens, as diferenças são menos contrastantes: 95% dos heterossexuais dizem chegar “lá” quase sempre, enquanto 89% dos gays e 88% dos bissexuais afirmam o mesmo.
Os pesquisadores, das universidades norte-americanas de Indiana, Chapman e Claremont, também analisaram os fatores que levam as mulheres a ter orgasmo com mais frequência. São eles: receber mais sexo oral, ter uma relação mais demorada, estar satisfeita com o relacionamento, pedir aquilo que quer na cama, elogiar o parceiro ou parceira quando gostou de algo na cama, trocar mensagens estimulantes sexualmente, caprichar na lingerie, tentar novas posições sexuais, receber estimulação anal, realizar fantasias, conversar sobre sexo e expressar afeto durante as relações.
As entrevistadas com maiores índices de “sucesso” nas relações também contaram que, além de receber mais sexo oral, eram mais estimuladas com as mãos e recebiam beijos (de língua) mais intensos durante a transa. Os resultados servem de recado para homens que reclamam da dificuldade de levar a parceira ao clímax, e podem ajudar muitas mulheres que não conseguem chegar lá.
Um dado curioso, segundo os pesquisadores, é que o sexo oral foi considerado um fator importante para a frequência do orgasmo em todos os grupos, exceto o dos homens heterossexuais. Outra descoberta interessante é que, apesar do resultado anterior, o sexo oral não está tão presente assim nas relações: apenas metade dos entrevistados afirmaram fazê-lo com frequência. Apenas 25% das mulheres com dificuldade para alcançar o orgasmo recebiam sexo oral.
Os autores trazem algumas explicações para as diferenças, como o estigma que ainda existe em relação a mulheres que expressam seu desejo sexual, e a pressão que os homens sentem para exercer o papel de ativos no sexo. Eles também observam que, segundo teorias evolucionistas, o orgasmo seria “obrigatório” para os homens, por causa da reprodução, enquanto que, para as mulheres, teriam mais a função de estabelecer laços mais fortes com os parceiros.
Já que as necessidades, hoje em dia, são bem diferentes, e as pessoas têm muito mais informação sobre sexo, dicas como as que o estudo traz podem contribuir para que, no futuro, as lacunas entre homens e mulheres sejam menores. De qualquer forma, é bom lembrar que orgasmo é importante, mas a obsessão em chegar lá sempre pode até atrapalhar na hora do sexo.