Pessoas mais extrovertidas teriam uma capacidade melhor de lidar com infecções, segundo análises de DNA
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h23 - Atualizado às 23h56
A equipe, formada por psicólogos, examinou a relação de certas características das pessoas, como ser extrovertido ou cauteloso, e expressões de genes que podem interferir na saúde, controlando a atividade do nosso sistema imunológico.
Com análises de DNA, os pesquisadores encontraram uma associação entre cinco grandes traços de personalidade humana e dois grupos de genes ativos em células brancas do sangue (leucócitos), sendo um deles ligado à inflamação.
Foram recrutados para a pesquisa 121 adultos saudáveis e de etnias diferentes, sendo que 86 eram mulheres. A idade média era de 24 anos e todos tinham um IMC (Índice de Massa Corporal) médio de 23. Outros fatores ligados à saúde, como tabagismo e alimentação inadequada, foram isolados.
Os voluntários completaram um teste de personalidade que mede características como extroversão, neuroticismo, abertura, afabilidade e cautela. Também foram feitos exames de sangue para analisar a expressão gênica dos participantes.
Segundo o líder do estudo, o professor Kavita Vedhara, da Universidade de Nottingham, a extroversão foi significativamente associada a um aumento da expressão de genes pró-inflamatórios e a consciência, a uma redução. Em outras palavras, indivíduos que estariam mais propensos a infecções, por serem mais extrovertidos e terem mais contato com outras pessoas, parecem ter um sistema imunológico mais capacitado para lidar com isso.
Já pessoas mais cautelosas, ou conscienciosas, respondem pior a infecções, e o traço de personalidade seria uma forma de se proteger. A dúvida dos pesquisadores é sobre o que veio primeiro: as características biológicas ou as psicológicas.