Estudo mostra riscos do “fumo de terceira mão” para crianças

Pesquisadores encontraram agentes cancerígenos associados ao tabaco em casas de fumantes e de não fumantes

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h16 - Atualizado às 23h57

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Já está bem estabelecido que o chamado fumo passivo, ou “de segunda mão”, pode causar câncer e outras doenças associadas ao tabagismo. Agora, um estudo mostra o potencial prejuízo causado pelo fumo “de terceira mão”, ou seja, a exposição a gases e partículas de tabaco depositados nas superfícies.

O trabalho, publicado na revista Environment International, é o primeiro a avaliar o risco de câncer produzido para determinada faixa etária pela ingestão dessas partículas pelas vias aéreas e também pela pele. Até então, essa ameaça era  incerta e, por isso, nunca foi considerada em políticas públicas.

A pesquisa, conduzida por cientistas da Universidade de York, no Reino Unido, comprovou a presença de agentes cancerígenos relacionados ao tabaco no pó encontrado em casa e mesmo em ambientes nos quais não se fuma.

Para crianças de 1 a 6 anos, os riscos ultrapassam os limites recomendados pela Agência de Proteção Ambiental (EPA), dos EUA, em três quartos das casas de fumantes e em dois terços, ou seja, um pouco menos, das casas de não fumantes avaliadas. O risco máximo identificado na residência de um fumante equivalia a um caso a mais de câncer para cada 1.000 pessoas expostas.

Segundo a autora principal do estudo, Jacqueline Hamilton, os riscos da exposição ao tabaco não terminam quando um cigarro é apagado. E, à medida que muitos países introduziram a proibição do fumo em lugares públicos, a casa tornou-se a principal fonte de exposição ao fumo passivo, que mata cerca de 600 mil pessoas ao ano no mundo. Por isso o assunto merece atenção.

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