Redação Publicado em 05/03/2021, às 19h30
De acordo com uma nova pesquisa realizada pela Universidade de Leicester, dois terços das adolescentes usam mais que uma tela ao mesmo tempo depois da escola, durante a noite e aos fins de semana. E esse hábito pode se refletir no aumento do sedentarismo.
O estudo, realizado com mais de 800 meninas jovens com idades entre 11 e 14 anos, identificou uma tendência preocupante entre o uso das telas e o baixo nível de atividade física - incluindo maior índice de massa corporal (IMC). Além disso, os dados também apontaram uma menor qualidade do sono.
Segundo os resultados, o empilhamento de telas, termo utilizado para denominar o hábito de usar diversas telas simultaneamente, cresce ao longo da semana : 59% das adolescentes usaram duas ou mais telas depois da escola, 65%, à noite e 68%, nos finais de semana. Algumas meninas relataram, ainda, que chegaram a utilizar quatro telas diferentes ao mesmo tempo.
Análises posteriores também indicaram que o uso de qualquer tipo de tela é prejudicial aos indicadores de saúde e bem-estar. Mais de 90% das participantes que tinham acesso a um smartphone e usavam o aparelho depois da escola apresentaram impacto no sono.
Os pesquisadores mediram a atividade física e o sono das meninas através de dispositivos usados em seus pulsos. Ao mesmo tempo, elas contaram o número de telas que estavam usando ao mesmo tempo - como mexer em um celular enquanto viam TV - bem como suas percepções em relação à autoestima emocional e física.
O estudo foi realizado antes do isolamento social imposto pela pandemia de Covid-19. Para a equipe, a quarentena aumentou ainda mais o tempo gasto em frente a uma tela e, mais do que nunca, os efeitos desse hábito sobre os adolescentes precisam ser conhecidos. Apesar dos pontos negativos, é importante compreender, também, quais os benefícios que as telas podem proporcionar aos jovens.
Ao longo do estudo, as adolescentes permaneceram 24 horas por dia durante uma semana com um dispositivo acoplado no pulso, permitindo capturar suas rotinas diárias e, até mesmo, analisar a qualidade do sono.
Segundo os pesquisadores, a pesquisa alerta para os riscos de se criar uma nova geração de crianças sedentárias. O aumento do inatividade está diretamente ligada ao diabetes tipo 2, uma doença que vem aumentando entre os mais jovens. Em apenas cinco anos, o número de adolescentes diagnosticados com diabetes tipo 2 cresceu 50%.
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