Estudo sugere que financiar vacina anti-HPV para meninos compensa

Pesquisadores dizem que a imunização é uma estratégia de baixo custo para a prevenção do câncer de orofaringe

Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h27 - Atualizado às 23h56

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Um estudo mostra que a vacinação de meninos de 12 anos contra o HPV (papilomavírus humano) pode ser uma estratégia de baixo custo para a prevenção do câncer de orofaringe – em especial o carcinoma de células escamosas, que começa na parte de trás da garganta e da boca, envolvendo as amígdalas e a base da língua.

O trabalho foi publicado semana passada no periódico Cancer, da Sociedade Americana contra o Câncer. Muitos países têm estabelecido programas de vacinação contra o HPV para meninas, como é o caso do Brasil. Mas o custo-benefício da imunização para o sexo masculino ainda vem sendo avaliado.

A pesquisa, coordenada por Donna Graham e Lillian Siu, do Centro de Câncer Princess Margaret, da Universidade Health Network, no Canadá, aplicaram um modelo estatístico para uma população de 192.940 meninos que estavam com 12 anos em 2012, naquele país. E concluíram que a imunização evita inúmeros casos de câncer.

Avaliando os custos da vacina, os riscos e os gastos com tratamento da doença, elas descobriram que a vacinação poderia gerar uma economia de 8 a 29 milhões de dólares canadenses (de R$ 20 milhões a R$ 69 milhões, aproximadamente) ao longo da vida desses indivíduos.

Segundo as pesquisadoras, até 2020, o câncer de orofaringe será o mais comum entre os provocados pelo HPV nos Estados Unidos, ultrapassando até mesmo o câncer de colo de útero. Elas esperam que o estudo possa contribuir para que os países reformulem suas estratégias de financiamento de vacinas, já que a questão tem impacto na saúde pública.

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