Redação Publicado em 13/05/2021, às 15h47
As autoridades federais de saúde dos EUA divulgaram, nesta quinta-feira (13), que os norte-americanos que tomaram as duas doses da vacina contra o Sars-Cov-2 podem abandonar as máscaras na maior parte dos ambientes internos e externos.
A nova recomendação, que vem dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), traz enorme alívio para os norte-americanos que estão cansados das restrições, e também serve de incentivo para milhares de pessoas que têm resistido à vacinação.
Cerca de 154 milhões já receberam ao menos uma dose da vacina contra Covid-19, mas apenas cerca de um terço da população (117.6 milhões) está completamente imunizado (ou seja, tomou a segunda dose dos imunizantes da Pfizer-BioNTech e Moderna ou uma dose do produto da Johnson & Johnson há duas semanas.
O ritmo de vacinação diminuiu bastante nas últimas semanas – cerca de 2,16 milhões de doses têm sido administradas por dia, em média, o que representa uma redução de cerca de 36% em relação ao pico registrado no meio de abril, de 3,38 milhões, segundo reportagem no The New York Times.
A questão da máscara, no país, ganhou conotação partidária (mais ou menos como acontece no Brasil). Diversos estados republicanos vêm anunciado a suspensão da obrigatoriedade do uso já há alguns meses, o que vinha sendo considerado precoce, segundo as autoridades federais. Agora, o discurso mudou.
“Todos ansiamos por este momento”, declarou a diretora do CDC Rochelle Walensky, em entrevista coletiva na Casa Branca. “Se você estiver totalmente vacinado, pode começar a fazer as coisas que parou por causa da pandemia”. O médico Anthony S. Fauci, conselheiro sênior do governo de Joe Biden, também observou que é preciso fazer com que as pessoas sintam que estão voltando à normalidade.
Mas há algumas ressalvas. Mesmo indivíduos vacinados devem cobrir o rosto e manter a distância física ao frequentar consultórios médicos, hospitais ou instalações de cuidados de longa duração, como lares de idosos; ao viajar de ônibus, avião, trem ou outros meios de transporte público, ou ao entrar em aeroportos e estações de ônibus; e em prisões, cadeias ou abrigos para sem-teto.
O CDC também disse que os vacinados devem continuar a cumprir as leis e regulamentos estaduais, locais ou tribais existentes, além de seguir as regras impostas por empresas e em outros ambientes de trabalho.
A medida deve causar preocupação entre os mais cautelosos. Vale lembrar que não há como saber quem está ou não vacinado, e a maioria da população ainda não está totalmente imunizada.
O CDC citou diversos estudos recentes que apontam a eficácia de mais de 90% na prevenção de doenças leves e graves, hospitalizações e mortes por Covid-19 em ambientes do mundo real.
Entre eles, há um estudo com 6.710 profissionais de saúde em Israel, com 5.517 trabalhadores totalmente vacinados, revelando eficácia de 97% na vacina da Pfizer para a prevenção de infecções sintomáticas entre os totalmente vacinados, e 86% na prevenção de infecções assintomáticas entre eles. Porém, as taxas de vacinação em Israel são muito mais altas do que nos Estados Unidos.
Pesquisas também demonstraram que as vacinas em uso se mostraram eficazes contra variantes do coronavírus que circulam nos EUA. Há quem diga, no entanto, que a decisão de flexibilizar o uso da máscara foi feita para mostrar aos cidadãos que a imunização realmente funciona, e que, com ela, é possível voltar à vida normal.
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