EUA proíbem cigarros eletrônicos da Juul, marca popular entre jovens

No Brasil, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são proibidos, mas fáceis de achar

Redação Publicado em 23/06/2022, às 19h00

Os produtos da marca Juul são bastante populares entre adolescentes - iStock

Numa decisão sem precedentes, a agência regulatória norte-americana, Food and Drug Administration (FDA), ordenou nesta quinta-feira (23) que a empresa Juul seja proibida de vender cigarros eletrônicos nos EUA. A detentora da marca, muito popular entre adolescentes, já respondeu que irá recorrer da decisão.

Os pods, cápsulas e vapers elegantes e com sabor adocicado são considerados um chamariz para os jovens. Embora as taxas de uso tenham diminuído um pouco durante a pandemia,  especialistas em saúde pública e legisladores têm manifestado preocupação com a dependência provocada pela nicotina, que está presente em muitos dos produtos.

A FDA alegou que os dados enviados pela empresa sobre a presença de substâncias químicas potencialmente nocivas à saúde são insuficientes e conflitantes. “A ação de hoje é mais um avanço no compromisso da FDA em garantir que todos os cigarros eletrônicos e sistemas eletrônicos que entregam nicotina atualmente comercializados para os consumidores atendam aos nossos padrões de saúde pública”, afirma Robert Califf, comissário da agência. No documento divulgado pela agência, ele também reconhece que muitos dos produtos desempenharam um papel no aumento do vaping entre adolescentes.

Na última terça-feira, a agência também anunciou planos para reduzir os níveis de nicotina nos cigarros tradicionais como forma de desencorajar o uso do cigarro. Em abril, afirmou que avançaria para a proibição de cigarros com sabor de mentol.

A ação da FDA contra Juul, em particular, faz parte de uma nova missão regulatória da agência, que deve determinar quais cigarros eletrônicos atualmente à venda, ou que estão para entrar no mercado, poderão permanecer nas prateleiras. A agência já concedeu permissão para que cigarros eletrônicos de outras empresas permaneçam no mercado.

Mas pode levar anos até que algumas das novas iniciativas da agência entrem em vigor, se é que vão conseguir resistir ao poderoso lobby do tabaco, grupos antirregulação e da indústria do vaping.

A empresa não divugou qual caminho usará para tentar suspender a decisão, mas deixou claro que tentará manter seus produtos no mercado. A American Vapor Manufacturers Association também divulgou uma nota de repúdio, segundo o The New York Times, em que critica a tentativa da FDA de tirar dos cidadãos o direito de aderir a uma alternativa mais segura aos cigarros tradicionais.

No Brasil, os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs) são proibidos desde 2009, apesar de serem bastante utilizados no país, especialmente por jovens. Especialistas em tabagismo têm alertado para o aumento do uso entre os adolescentes, e refutam a tese de que cigarros eletrônicos são opções mais seguras que os cigarros comuns. Muitos dos produtos inclusive contêm mais nicotina, além de uma série de substâncias que causam dano aos pulmões e aumentam o risco de câncer. 

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