Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h33 - Atualizado às 23h55
Um estudo feito nos Estados Unidos encontrou relação entre o hábito de ficar muito tempo em frente à TV e as principais causas de morte no país. Além do risco de câncer e de doenças cardiovasculares, já bem documentado, o trabalho sugere que o comportamento também aumenta a propensão ao diabetes, à pneumonia, ao mal de Parkinson e a doenças do fígado.
Cerca de 80% dos adultos norte-americanos assistem a 3,5 horas de TV por dia, uma quantidade considerada excessiva. O hábito consome mais da metade do tempo de lazer disponível, o que significa menos atividade física.
Para o estudo, publicado no American Journal of Preventive Medicine, foram analisados mais de 221 mil indivíduos com idade entre 50 e 71 anos que não apresentavam nenhum tipo de doença crônica no início da avaliação.
Os pesquisadores, do Instituto Nacional do Câncer, afirmam que algumas das associações encontradas foram identificadas pela primeira vez, e por isso ainda são necessários novos trabalhos que confirmem os resultados.
Em comparação com quem assistia a menos de uma hora por dia, os indivíduos que ficavam de 3 a 4 horas em frente à TV apresentaram 15% mais propensão a morrer por qualquer causa. Para quem assistia 7 ou mais horas, a probabilidade era 47% maior. As associações permaneceram altas mesmo quando os pesquisadores isolavam fatores como tabagismo, consumo de álcool e condição de saúde.
Os efeitos prejudiciais do excesso de TV foram observados tanto nos indivíduos inativos como também nos ativos. Enquanto a população mais idosa tende a ficar mais tempo na TV, crianças e adolescentes passam períodos semelhantes nos tablets. Tudo indica que as pessoas vão ter que malhar cada vez mais se quiserem ficar menos doentes.