Existe idade certa para fazer cirurgia plástica?

Para a maioria das cirurgias plásticas existe uma idade mínima; entenda por quê

Paolo Rubez (cirurgião plástico) Publicado em 25/09/2022, às 10h00

Certas cirurgias devem ser feitas na fase adulta para que o corpo não se altere após o procedimento - iStock

Afinal, a idade faz diferença na hora de passar por uma cirurgia plástica? A resposta correta para esta pergunta depende de alguns fatores. O primeiro é qual a cirurgia que o paciente deseja. Existem procedimentos que podem ser realizados ainda na infância, como a correção de orelhas em abano (a partir dos 7 anos), correção de lábio leporino e fendas palatinas.

Porém, para a maioria das cirurgias plásticas existe uma idade mínima. E isto está muito relacionado ao desenvolvimento do corpo. Por exemplo, cirurgias mamárias exigem que a mulher já tenha finalizado o seu desenvolvimento corporal e não venha mais a ter mudanças nas mamas, o que ocorre em geral por volta dos 17 e 18 anos. Lipoaspirações e abdominoplastia também seguem essa premissa.

Portanto, cirurgias corporais exigem que o paciente já esteja na fase adulta de seu desenvolvimento para que o corpo não se altere após o procedimento e até para que a cirurgia também não interfira no crescimento da pessoa.

Cirurgias faciais também necessitam que o desenvolvimento esteja finalizado, no entanto, a diferença é que algumas delas irão ter indicação apenas numa idade mais avançada. Por exemplo, uma blefaroplastia (plástica para as pálpebras) e lifting facial em geral passam a ter indicação quando o paciente tem a partir dos 40 anos de idade. Isto não é uma verdade absoluta, e algumas pessoas podem ter indicação da blefaroplastia em idade mais precoce, antes dos 30.

Mesmo algumas cirurgias na face podem ser feitas no início da fase adulta, como é o caso da rinoplastia e da mentoplastia. Preenchimentos faciais com gordura (lipoenxertia) também têm indicação quando o paciente já completou seu desenvolvimento, após os 18 anos.

Confira:

Exames pré-operatórios

Outro ponto fundamental quando se pensa em cirurgia plástica é com relação às condições de saúde do paciente. Como a grande maioria das cirurgias são eletivas, ou seja, não urgentes, é imprescindível que a pessoa esteja em plenas condições de saúde para se submeter ao procedimento. Isto é também avaliado com os exames pré-operatórios.

Pacientes que tenham qualquer comorbidade, como pressão alta ou diabetes, podem operar, mas desde que estas condições estejam totalmente controladas.

Dentro deste mesmo raciocínio, não existe uma idade limite para se submeter a uma cirurgia plástica, mesmo estética, desde que o paciente esteja em boas condições de saúde. Há muitas pessoas na faixa dos 80 anos, por exemplo, que se submetem a procedimentos estéticos como o lifting facial. Obviamente, isto deve ser levado em conta quando pensamos no tamanho e na duração da cirurgia e, portanto, no trauma ao organismo e para sua recuperação. Cirurgias muito longas, acima de 7 ou 8 horas têm um risco aumentado de complicações tanto para o jovem quanto para o mais idoso.

Em conclusão, uma cirurgia plástica pode ser realizada com segurança desde que o procedimento envolva uma área corporal que já está com seu desenvolvimento finalizado, e desde que o paciente tenha boas condições de saúde para se submeter à cirurgia e ao pós-operatório, levando-se em consideração também o porte do procedimento. O mero número da idade não diz tudo quando se pensa em cirurgia e sua segurança.

* Dr. Paolo Rubez é cirurgião plástico formado pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), é membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), da Sociedade Americana de Cirurgia Plástica (ASPS) e da Sociedade de Cirurgia de Enxaqueca dos EUA. É idealizador do Migraine Surgery Academy, que ensina e estimula cirurgiões plásticos de todo mundo a realizarem as cirurgias de enxaqueca a fim de beneficiar mais pacientes com o tratamento. Instagram: @drpaolorubez

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