Existe relação entre vertigem e consumo de álcool?

O consumo de álcool pode causar desidratação, o que pode levar à tontura

Redação Publicado em 28/11/2022, às 13h00

O álcool pode prejudicar as células do sistema nervoso, o que pode causar tontura - iStock

Pessoas com vertigem geralmente precisam limitar a ingestão de álcool, porque isso pode piorar os sintomas de vertigem. Indivíduos que bebem álcool em excesso também podem sentir vertigem e desorientação espacial.

A vertigem é uma sensação de tontura que faz com que as pessoas sintam que o ambiente está girando. É um sintoma de algumas condições de saúde que envolvem o ouvido e inflamação.

Os médicos podem aconselhar uma pessoa com vertigem a não beber álcool, pois o consumo pode causar desidratação, o que pode levar à tontura. A seguir, especialista explicam como o álcool afeta a vertigem, o cérebro e os ouvidos e os possíveis tratamentos para a vertigem.

Qual é a relação entre álcool e vertigem?

Alguns estudos indicam que o álcool pode causar vertigem. De acordo com o Instituto Nacional do Envelhecimento dos Estados Unidos, problemas de equilíbrio são comuns entre os adultos mais velhos, especialmente se eles tomam medicamentos ou têm problemas no ouvido interno. Se houver inflamação no labirinto, que faz parte do ouvido interno, eles podem sentir vertigem e desequilíbrio.

Tonturas também podem ocorrer se os indivíduos beberem álcool. O álcool pode prejudicar as células do sistema nervoso, o que pode causar tontura e retardar o tempo de reação de uma pessoa. Um estudo de 2018 afirma que as mudanças na dieta, incluindo a redução da ingestão de sal, cafeína e álcool, são uma opção de tratamento comum que os médicos recomendam para pessoas com doença de Ménière (doença que provoca alterações no ouvido interno, trazendo episódios de vertigens).

Especialistas em saúde acreditam que beber álcool faz com que os vasos sanguíneos se contraiam, reduzindo o suprimento de sangue para o ouvido interno, o que piora os sintomas de vertigem em pessoas com essa doença. No entanto, os autores dizem que não há pesquisas de alta qualidade que apoiem ou refutem a ideia de que a restrição de sal, cafeína ou álcool seja eficaz para pacientes com essa condição.

Efeitos da bebida na vertigem

O álcool é um diurético, o que significa que estimula o corpo a remover fluidos. Uma pessoa pode ficar desidratada se beber álcool sem combiná-lo com água. De acordo com a Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, os sintomas que os indivíduos desenvolvem se estiverem desidratados podem incluir:
-Tontura
-Palpitações cardíacas
-Cãibras musculares
-Urina escura

Como o álcool afeta o cérebro e os ouvidos?

O álcool pode afetar negativamente o cérebro e os ouvidos  - iStock

O álcool pode afetar negativamente o cérebro e os ouvidos. O consumo regular de álcool pode reduzir a concentração, aumentar o risco de derrame e interferir na forma como o cérebro processa as informações. Os distúrbios de danos cerebrais relacionados ao álcool (ARBD, na sigla em inglês) podem ocorrer devido ao consumo frequente de álcool. Aqueles que tomam bebidas alcoólicas podem ser incapazes de ficar em pé e são mais propensos a cair e bater a cabeça, o que pode levar a danos cerebrais.

Um tipo de distúrbio de danos cerebrais relacionados ao álcool é a demência, afetando pessoas entre 40 e 50 anos de idade. O álcool também tem ligações com problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão. Algumas pessoas também podem desenvolver a síndrome de Wernicke-Korsakoff, um tipo de distúrbio de dano cerebral que causa confusão e problemas de visão.

Além disso, é importante estar ciente dos efeitos que o álcool pode ter na audição. Um estudo descobriu que o consumo pesado de álcool em homens pode levar a problemas auditivos. Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA advertem que, se uma mulher bebe álcool durante a gravidez, seu bebê pode desenvolver síndrome alcoólica fetal (SAF).

Os sintomas de SAF podem incluir:
-Problemas de audição
-Atrasos na fala
-Dificuldades no aprendizado
-Problemas de concentração
-Dificuldade em gerenciar os níveis de energia

Possíveis causas de vertigem

As causas mais comuns de vertigem são problemas no ouvido interno que podem afetar o equilíbrio. Esses incluem:
-Vertigem posicional paroxística benigna: ocorre quando uma pessoa experimenta a sensação de girar ou se mover, resultante de um movimento súbito da cabeça.
-Labirintite: os médicos associam a labirintite à inflamação do ouvido interno, que pode afetar pessoas de qualquer idade. Pode causar perda auditiva, desequilíbrio e tontura.
-Neurite vestibular: refere-se à inflamação do nervo vestibular, que conecta o ouvido interno ao cérebro.
-Doença de Ménière: condição rara resultante do acúmulo excessivo de líquido dentro do ouvido. Geralmente afeta um ouvido e pode causar tontura grave, perda auditiva e congestão auditiva.

Um estudo de 2020 afirma que alguns medicamentos ainda podem causar vertigem e outros efeitos colaterais, como tontura, perda auditiva e zumbido.

Tratamentos de vertigem

As pessoas podem optar por diferentes opções para tratar a vertigem, como tomar medicamentos ou fazer mudanças no estilo de vida.

Medicamentos

Para aliviar os episódios de vertigem que duram alguns dias, os médicos podem prescrever:
-Anti-histamínicos
-Antieméticos
-Benzodiazepínicos
-Anticolinérgicos

Medicamentos antivirais podem beneficiar pessoas com labirintite ou neurite vestibular provocada por herpes-zóster.

Não há cura para a doença de Ménière. No entanto, os profissionais de saúde podem recomendar medicamentos para náuseas e vômitos, inclusive injetáveis, e anti-histamínicos.

Mudanças de estilo de vida

Dicas de autocuidado que podem ajudar a reduzir os sintomas de vertigem incluem:
-Usar uma bengala ao caminhar
-Mover a cabeça lentamente
-Sentar-se assim que surgir a tontura
-Usar mais de um travesseiro para dormir com a cabeça elevada
-Deitar-se em um quarto escuro para que a sensação de girar desapareça

Quando entrar em contato com um médico

As pessoas podem procurar atendimento médico para vertigem, dificuldades auditivas e fortes dores de cabeça. O profissional pode questionar sobre os sintomas e o histórico médico do paciente. Ele também pode realizar exames auditivos e testes de equilíbrio.

Fonte: Medical News Today

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