Estudo observou aumento de comportamentos autistas em crianças em idade pré-escolar
Redação Publicado em 31/03/2021, às 19h00
Um novo estudo realizado pela Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Simon Fraser (Canadá) encontrou correlações entre o aumento expressivo de comportamentos autistas em crianças em idade pré-escolar e a exposição a tóxicos ambientais na gravidez, incluindo metais, pesticidas, bifenilos policlorados (PCBs), ftalatos e bisfenol-A (BPA).
Publicada no American Journal of Epidemiology, a pesquisa mediu os níveis de 25 produtos químicos em amostras de sangue e urina coletadas de 1.861 mulheres canadenses durante o primeiro trimestre de gestação. Foi feito um acompanhamento 478 crianças em idade pré-escolar (filhos das mulheres acompanhadas), utilizando-se a Escala de Responsabilidade Social (SRS), uma ferramenta para avaliação de sintomas do transtorno do espectro autista.
Os pesquisadores descobriram que as grávidas que apresentaram maiores concentrações de cádmio, chumbo e alguns ftalatos em amostras de sangue ou urina estavam associadas a pontuações mais altas na escala, e essas associações eram particularmente fortes entre crianças com um grau mais alto de comportamentos autistas.
Em contrapartida, o estudo também observou que maiores concentrações maternas de manganês, metabólitos de pesticidas organofosforados e ftalato de monoetila foram mais relacionados a pontuações mais baixas.
Segundo os autores, a pesquisa destaca uma relação entre algumas substâncias tóxicas ambientais e o aumento das pontuações na escala SRS. Para eles, mais estudos são necessários com o objetivo de avaliar melhor os vínculos e os impactos que esses produtos têm no desenvolvimento cerebral do feto durante a gravidez.
Veja também:
Evolução pode explicar por que autismo é mais comum em homens
Depressão é mais comum em gestantes que não se exercitam
Estudo aponta possível causa do desejo de ingerir coisas estranhas de algumas grávidas
Exame de sangue pode prever depressão pós-parto, sugere estudo