Redação Publicado em 02/08/2021, às 19h00
Como decidir se uma atividade que requer algum trabalho “vale o esforço”? Pesquisadores da Universidade de Birmingham e Oxford (Inglaterra)mostraram que a vontade de trabalhar não é algo estático e depende da variação da sensação de fadiga.
Para o estudo, a equipe testou 36 pessoas jovens e saudáveis em uma tarefa baseada em computador: todas foram solicitadas a exercer esforço físico para obter diferentes quantidades de recompensas em dinheiro.
Os participantes completaram mais de 200 testes e, em cada um, foram perguntados se preferiam “trabalhar” – o que envolvia apertar um dispositivo de força de aderência e ganhar recompensas mais altas – ou descansar e apenas ganhar uma pequena compensação.
Os pesquisadores desenvolveram um modelo matemático para prever quanta fadiga uma pessoa estaria sentindo em qualquer momento do experimento, bem como quanto isso estava influenciando suas decisões de trabalhar ou descansar. Os participantes também foram submetidos a uma ressonância magnética para que as atividades do cérebro fossem observadas.
A fadiga, sensação de exaustão que surge ao realizar tarefas, é algo que todas as pessoas experimentam diariamente. Embora os pesquisadores já tenham certo entendimento sobre os mecanismos que o cérebro utiliza para decidir se determinada tarefa vale o esforço ou não, a influência da fadiga nesse processo ainda não era bem compreendida.
De acordo com os novos achados, pessoas são menos propensas a trabalhar e exercer esforço, mesmo por uma recompensa, se estivessem cansadas.
Uma das principais descobertas do estudo foi que existem dois tipos diferentes de fadiga, cada uma detectada em partes distintas do cérebro. No primeiro caso, a fadiga é experimentada como um sentimento a curto prazo, que pode ser superado após um rápido período de descanso.
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Porém, há também mudanças de longo prazo, que ocorrem após grandes períodos de esforço para os quais simplesmente descansar pode não levar à restauração, impedindo que as pessoas sintam vontade de trabalhar. Em outras palavras, de acordo com os pesquisadores, a motivação em exercer esforços variava momento a momento, mas diminuía gradualmente à medida que repetiam a mesma tarefa ao longo do tempo.
Segundo os pesquisadores, a pesquisa fornece novas formas de estudar e entender a fadiga, seus efeitos no cérebro e como ela é capaz de mudar mais a motivação de algumas pessoas do que outras.
Para eles, os resultados ajudam a começar a lidar e compreender melhor algo que afeta a vida de muitos pacientes, assim como pessoas no trabalho, escola e, até mesmo, atletas de elite.
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