É possível retardar o processo de desenvolvimento de um quadro demencial; saiba como
Redação Publicado em 13/09/2022, às 10h00
Você sabia que adotar medidas preventivas pode fazer com que uma pessoa esteja prevenida de desenvolver a Doença de Alzheimer (DA) ou de, pelo menos, postergar o seu surgimento? A depender do estilo de vida ou até mesmo de fatores genéticos é possível estabelecer hábitos de vida saudáveis que retardam o processo de desenvolvimento de um quadro demencial.
Os efeitos psicossociais da DA trazem uma demanda de cuidados complexos de serem implantados. Isso se torna cada vez mais desafiador, à medida que os estágios da doença avançam. Recursos físicos e financeiros do indivíduo e de seus familiares passam a ser consumidos progressivamente nesta situação.
Entender e atuar sobre seus fatores de risco passa a ser importante. A idade é o fator não genético mais significativo e a herança genética, que significa ter casos de primeiro grau com história familiar precoce, ou seja, antes dos 65 anos de idade, são situações em que não se pode influenciar.
Dentre os fatores modificáveis, muitos dependem de simples cuidados e mudanças pequenas no estilo de vida. Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), o grau de escolaridade do indivíduo e níveis de zinco e alumínio concentrados em panelas podem ser fatores de risco. Além disso, traumas encéfalo-cranianos repetidos também podem prejudicar e facilitar o desenvolvimento da doença.
Os estímulos sociais, físicos, intelectuais, a alimentação correta, a prevenção de doenças que podem colaborar para o desenvolvimento da DA em uma pessoa (como depressão, hipertensão, colesterol, diabetes) além de manter os sentidos da audição e visão saudáveis são alguns dos agentes que devem ser levados em consideração para sua prevenção (DSM-V).
Fatores como a desigualdade social e econômica, que envolvem a pobreza e discriminação racial, também foram incluídos como fatores de risco, sobretudo para estas populações desenvolverem a DA. Estes agentes precisam ser enfrentados com medidas sociais e educacionais para melhorar a vida destes grupos. A realização de ações requer programas de saúde pública e intervenções individualizadas (DSM-V).
Elencamos algumas medidas de prevenção para evitar o desenvolvimento da DA:
É de suma importância a prática de estímulos cognitivos: aprender algo novo, tocar um instrumento, um novo idioma, palavras cruzadas, leituras etc. Ter uma alimentação balanceada e saudável, praticar exercícios físicos, controlar outras comorbidades, como diabetes, hipertensão arterial, transtornos de humor entre outros, são dicas de prevenção que podem melhorar a qualidade de vida das pessoas e promover a saúde do cérebro.
Assinam este artigo:
Cássia Elisa Rossetto Verga
Estudante de Graduação do curso de bacharelado em Gerontologia pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Atualmente faz estágio na área de pesquisa em treino cognitivo de longa duração pelo Instituto SUPERA – Ginástica para o Cérebro. Tem interesse na área de treino e estimulação cognitiva para idosos, com enfoque em neurologia cognitiva. É membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Já foi bolsista PUB da Universidade Aberta à Terceira Idade da EACH-USP, atual USP60 + nas oficinas de música e letramento digital. Participou como assessora de Projetos e Recursos Humanos na Empresa Geronto Júnior entre os anos de 2019 a 2020. Articulista do Portal Trevoo.
Profa. Dra. Thais Bento Lima-Silva
Gerontóloga formada pela Universidade de São Paulo (USP). Docente do curso de Graduação em Gerontologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), Coordenadora do curso de pós-graduação em Gerontologia da Faculdade Paulista de Serviço Social (FAPSS), pesquisadora do Grupo de Neurologia Cognitiva e do Comportamento da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e diretora científica da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG). Membro da diretoria da Associação Brasileira de Alzheimer- Regional São Paulo. É assessora científica e consultora do Método Supera. Articulista do Portal Trevoo.
Referências bibliográficas
CRUZ, Geraldo et al. O nível de concentração de alumínio na água como fator de risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer. Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 5, p. 15324-15339, 2020.
DSM-V - AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - DMS-V. 5º ed. Artemed. 2014.
KAMADA, Márcio et al. Correlação entre exercício físico e qualidade de vida em pacientes com doença de Alzheimer. Revista da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, v. 16, n. 2, p. 119-122, 2018.
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