A doença hepática não alcoólica pode evoluir para quadros mais graves, como câncer
Redação Publicado em 20/12/2021, às 15h30
Uma nova pesquisa liderada pela Western Sydney University (Austrália) sugere que intervenções de exercício aeróbico que incorporam treinamento intervalado de alta intensidade – popularmente conhecido como HIIT – ou treinamento contínuo de intensidade moderada (MICT) são eficazes para melhorar a doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA).
Uma das enfermidades hepáticas mais prevalentes no mundo, afetando aproximadamente de 20% a 30% da população, a DHGNA é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no fígado sem a ingestão exagerada de álcool.
De acordo com os dados, as crescentes cargas de obesidade e de síndrome metabólica são atribuídas à sua alta prevalência e seu surgimento como um grave problema de saúde, bem como seu potencial de causar cirrose e câncer de fígado. Com a falta de terapias eficazes, as intervenções no estilo de vida voltadas para a perda de peso continuam sendo a principal abordagem para o manejo da condição.
Para esta revisão os pesquisadores examinaram mais de 28.000 estudos, com a análise primária incluindo 19 artigos, envolvendo 745 participantes adultos. Os resultados foram publicados no Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism.
Os achados mostraram que tanto o HIIT quanto o MICT resultaram em uma redução clinicamente significativa da gordura hepática quando comparado ao grupo controle (-2,85% para HIIT e -3,144% para o MICT).
Confira:
Além disso, os exercícios que compõem a prática do HIIT – aeróbicos de alta intensidade alternados com períodos de descanso – foram tão eficazes quando comparados aos exercícios MICT (treinamento tradicional de exercícios aeróbicos) na redução da gordura hepática, apesar de exigirem menos tempo e energia.
Para os pesquisadores, as descobertas podem ter implicações práticas e contribuir para a redução de casos de DHGNA. O exercício aeróbico em si já é uma terapia importante e eficaz, independente se for HIIT ou MICT, visto que se não tratada, a condição pode levar a complicações graves à saúde.
A doença hepática gordurosa não alcoólica é um preditor de distúrbios metabólicos, diretamente ligada ao desenvolvimento e gravidade de várias enfermidades, como diabetes tipo 2.
Segundo os autores, é útil saber que treinando mais em menos tempo através do HIIT, existe a possibilidade de alcançar os mesmos resultados que o MICT proporciona, sendo ideal para quem tem um estilo de vida ocupado e com pouca disponibilidade.
Outro achado, ressalta a equipe, foi que, mesmo que as pessoas não se exercitassem em volumes suficientes para satisfazer as diretrizes de atividade física recomendadas, elas ainda poderiam alcançar melhorias clinicamente significativas em relação à gordura hepática, desde que praticassem algum exercício regularmente acima de uma intensidade considerada moderada.
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