Redação Publicado em 09/11/2021, às 17h30
À medida que as pessoas aderiram às orientações de isolamento social com a chegada da pandemia,os deslocamentos diários transformaram-se em andanças entre o quarto e a sala de estar. Como resultado, muitas pessoas se tornaram mais sedentárias.
Nesse contexto, uma equipe da Universidade Estadual de Iowa (Estados Unidos) dedicou-se a analisar como a atividade física e o comportamento sedentário estão relacionados à saúde mental, bem como se as mudanças nesses aspectos influenciam a maneira como as pessoas pensam, sentem e percebem o mundo.
Os pesquisadores destacam que o ato de sentar é um comportamento traiçoeiro, porque é algo que fazemos o tempo todo sem ao menos pensar.
Para o estudo, foram colhidas respostas de mais de 3.000 pessoas de todos os estados dos EUA. Os participantes relataram quanto tempo passavam fazendo atividades, como sentar, olhar para telas e se exercitar, e como esses comportamentos eram antes da pandemia.
Com a ajuda de escalas clínicas padrão, também foram analisadas as alterações no bem-estar mental, como a presença de sentimentos de depressão, ansiedade, sensação de estresse e solidão.
Os dados revelaram que os participantes que praticavam de duas horas e meia a cinco horas de atividade física moderada a intensa semanalmente antes da pandemia tiveram uma queda, em média, de 32% da vida ativa após as restrições relacionadas à Covid-19.
Confira:
Esses mesmos participantes relataram sentir mais sintomas de depressão, ansiedade e solidão. Todos foram acompanhados a cada semana, entre abril e junho de 2020.
Uma das descobertas surpreendentes foi que, em média, as pessoas viram a sua saúde mental melhorar após um período de oito semanas. Segundo os pesquisadores, isso aconteceu porque os indivíduos se adaptaram à vida na pandemia.
Entretanto, naqueles que continuaram passando longos períodos de tempo sentados, os sintomas depressivos, em geral, não se recuperaram da mesma forma.
Os pesquisadores enfatizaram que achar a "associação" entre sentar e saúde mental não é o mesmo que dizer que passar mais tempo sentado irá causar a depressão. Os dados somente mostram que é possível que as pessoas que estavam mais deprimidas se sentaram mais ou as que ficaram mais sentadas também ficaram mais deprimidas.
Para os autores, estar ciente de algumas das mudanças sutis durante o período de isolamento social e de como elas podem ser benéficas ou prejudiciais à saúde é importante à medida que olhamos para uma vida pós-pandêmica.
Começar e parar um hábito é muito difícil, mesmo quando alguém quer mudar determinado comportamento. Mas, de acordo com a equipe, o grande objetivo é fazer com que as pessoas reconheçam que o mínimo de movimento já pode melhorar o humor e a saúde mental.
Além disso, a recomendação é evitar ficar longos períodos de tempo na posição sentada. O ideal é fazer pequenas pausas durante o dia e uma caminhada diária, seja pela própria casa ou ao redor do quarteirão.
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