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Fortalecer relações interpessoais prolonga vida de pacientes

Metade de todas as consultas médicas envolvem questões psicológicas - iStock
Metade de todas as consultas médicas envolvem questões psicológicas - iStock

Redação Publicado em 19/05/2021, às 14h37

Uma nova pesquisa da Universidade Brigham Young (Estados Unidos) – publicada no períodico  PLOS Medicine – revelou que fornecer apoio social a pacientes em tratamento leva a uma maior chance de sobrevivência e prolongamento da vida. 

A premissa da pesquisa era baseada na ideia de que todos os seres humanos são fortemente influenciados pelo seu contexto social. Assim, as relações impactam no comportamento e na saúde física. Os resultados apoiam pesquisas anteriores que já divulgaram amplas evidências de que as necessidades sociais devem ser tratadas dentro dos ambientes médicos. 

De acordo com os autores, os achados sugerem ainda que intervenções sociais integradas ao tratamento clínico são capazes de ajudar pacientes a lidar e reduzir a angústia existente, além de melhorar a sobrevivência. 

Maiores chances de sobrevivência

A pesquisa analisou dados de 106 ensaios controlados e randomizados, incluindo mais de 40.000 pacientes para estudar os efeitos do apoio psicosocial. Para a análise, foram realizadas reuniões em grupo ou sessões familiares que promoviam comportamentos saudáveis, dando motivação para exercícios, encorajamento para concluir tratamentos médicos ou suporte de grupo para adesão à dieta. 

Todos esses encontros resultaram em um aumento de 29% na probabilidade de sobrevivência ao longo do tempo. Segundo os pesquisadores, fornecer apoio social aos pacientes pode ser tão útil quanto proporcionar uma reabilitação para alguém que se recupera de uma doença cardíaca ou, ainda, mais proveitoso quanto uma dieta ou programa de estilo de vida para pacientes obesos. 

A importância da psicologia 

As descobertas têm implicações importantes para os hospitais e para as autoridades de saúde que trabalham para melhorar o atendimento e prolongar a vida dos pacientes. O estudo pode ser usado para implementar programas de apoio em hospitais e clínicas, principalmente para pessoas sob o risco de não completar o tratamento. 

Os pesquisadores afirmam que o artigo também deve ser usado para promover a colaboração entre médicos e profissionais de saúde mental. De acordo com eles, cerca de metade de todas as consultas médicas de pacientes são sobre condições que envolvem considerações psicológicas. 

Além disso, os resultados também têm implicações sobre os pacientes, isso porque cada pessoa responde de forma diferente às condições médicas impostas. Enquanto alguns iniciarão imediatamente medidas de reabilitação ou preventivas, outros podem demorar a ter essa conduta ou, até mesmo, negar o que foi prescrito. 

Os autores enfatizam ainda que as taxas de depressão e ansiedade podem ser elevadas entre pacientes, o que é capaz de limitar a resposta aos tratamentos, tornando os esforços de apoio social ainda mais importantes. 

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