Pessoas que gostam de muitas coisas tendem a se envolver em mais atividades, o que nem sempre é positivo
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h15 - Atualizado às 23h57
Sabe aquele colega de trabalho que está sempre com a cara fechada e não se anima com nada? Todo mundo conhece alguém assim. Pois um estudo feito nos EUA mostra que esse tipo de funcionário é mais eficiente do que aquele que fala “sim” para tudo e está sempre com um sorriso no rosto.
De acordo com o trabalho, publicado na revista científica Social Psychology, pessoas que gostam de muitas coisas tendem a se envolver em mais atividades. Já o colega mal-humorado, que faz só o que tem de ser feito, acaba executando seu trabalho com mais foco e dedicação.
Os pesquisadores, das universidades de Illinois e da Pennsylvania, fizeram dois experimentos: em um deles, os participantes relataram tudo o que fizeram ao longo de uma semana de trabalho e, em outro, responderam a um questionário que dá uma ideia do tipo de atitude de cada funcionário.
No fim, cerca de 15% das diferenças no total de atividades executadas pelos funcionários foram associadas à atitude deles, ou seja, se eles eram do tipo que gostam de tudo ou que não gostam de nada.
O próprio título do estudo resume bem a história: “Liking more means doing more” (“Gostar mais significa fazer mais”, em tradução livre). Em outras palavras, quem tem uma atitude positiva e gosta de muitas coisas tende a ser o que a gente chama de “pau pra toda obra”, mas acaba não se especializando em nada. E quem não gosta de muita coisa tende a escolher menos coisas pra fazer e, portanto, dedica mais tempo e se concentra mais em poucas tarefas, desenvolvendo mais habilidades específicas.
A conclusão do estudo contraria a noção geral de que pessoas positivas e bem-humoradas tendem a ser mais produtivas no trabalho. E mostra que, em uma empresa, talvez seja interessante ter pessoas com diferentes perfis. Pelo menos dessa notícia o povo que torce o nariz para tudo deve gostar.