O trabalho, feito com mais de 25 mil norte-americanos, avalia o papel da amizade para a população GLB
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h29 - Atualizado às 23h56
De acordo com pesquisadores da Universidade de Chapman, em Orange, na Califórnia, este é o estudo mais abrangente já feito sobre o papel da amizade para gays, lésbicas e bissexuais masculinos e femininos, ou seja, a população GLB. Os resultados foram publicados na revista PLoS ONE.
Segundo o principal autor, o professor de psicologia David Frederick, havia poucos estudos sobre o assunto. Ele diz que as semelhanças em padrões de amizade observados por gênero e orientação sexual reflete uma maior aceitação social dos indivíduos GLB nos EUA.
O objetivo principal de Frederick e sua equipe era descobrir como a orientação sexual pode interferir em questões sobre amizade, e como ter amigos contribui para o bem-estar de gays, lésbicas e bissexuais.
Mas a pesquisa também tinha interesse em avaliar o que os psicólogos chamam de “homofilia de gênero”, ou seja, a ideia de que as pessoas tendem a gravitar em torno de indivíduos mais parecidos com elas próprias.
Os especialistas sempre consideraram que mulheres heterossexuais costumam ter mais amigas do mesmo sexo, e homens heterossexuais, mais amigos homens, pela ausência de tensão romântica ou sexual. Além disso, isso previne eventuais reações de ciúme por parte dos respectivos parceiros.
A pesquisa contou com 25.185 entrevistados com idade média de 42 anos: 11.924 homens heterossexuais, 387 homens bissexuais, 343 homens gays, 220 mulheres lésbicas, 511 mulheres bissexuais e 11.800 mulheres heterossexuais.
Os resultados indicam que héteros, bi e homossexuais têm um número comparável de amigos. E a homofilia de gênero, como os pesquisadores previam, foi comum na maioria dos grupos, com exceção dos homens gays e bissexuais, que não relataram ter mais amigos homens.
Ao questionar sobre os amigos com os quais os entrevistados se sentiam melhor para discutir sua vida sexual, eles descobriram que os jovens homossexuais dão preferência às mulheres. Os pesquisadores acreditam que isso acontece porque elas são menos propensas a ter preconceito contra os gays.
A pesquisa também observou que a qualidade e/ou o número de amizades teve impacto mais forte na satisfação com a vida entre os entrevistados GLB, conforme a reportagem publicada no site MedicalNewsToday.
O estudo constatou, no entanto, que, à medida que as pessoas envelhecem, elas tendem a ter menos amigos. Por isso, o autor reitera o quanto é importante incentivar homens e mulheres a se relacionarem sempre. Amigos ajudam a gente a lidar com a adversidade e a ter mais satisfação na vida.