A influência genética aumenta conforme o jovem envelhece, mas é possível prevenir o abuso pelo controle de fatores ambientais
Jairo Bouer Publicado em 14/10/2019, às 16h24 - Atualizado às 23h56
O consumo de álcool em geral começa na adolescência, em situações de convívio social. Como explica o professor de psiquiatria Alexis Edwards, da Universidade de Virginia Commonwealth, a influência dos pares pode ocorre de várias formas. Nem sempre há pressão por parte dos colegas, ou isso é verbalizado. O simples ato de levar uma bebida para o encontro ou encher o copo do amigo já é uma maneira de convencer o outro a beber.
Edwards e sua equipe analisaram dados de um estudo com gêmeos que contou com 1.790 homens. Eles foram avaliados entre os 12 e os 25 anos em relação a uso de álcool, drogas e outros transtornos psiquiátricos. Também foram estudados fatores genéticos e ambientais ligados ao uso de substâncias.
O grupo descobriu, em primeiro lugar, que tanto fatores genéticos quanto ambientais contribuem para a correlação entre beber por conta própria e beber com os pares. E que há questões genéticas envolvidas no fato de alguns jovens selecionarem os amigos com base no consumo de álcool.
Em segundo lugar, o grupo descobriu que a influência genética aumenta conforme o adolescente envelhece e se torna adulto. A boa notícia é que a maior parte da variação no consumo de álcool continua atribuída a fatores ambientais. Ou seja: a possibilidade de prevenção existe.