Pesquisa sugere que fatores genéticos afetam o comportamento sexual e reprodutivo de homens e mulheres
Redação Publicado em 01/07/2021, às 18h00
Um novo estudo liderado pela Universidade de Oxford (Inglaterra) – publicado no periódico Nature Human Behavior – descobriu que existem diversos marcadores genéticos capazes de conduzir dois dos marcos mais importantes da vida de uma pessoa: a idade em que ela tem sua primeira relação sexual e se torna mãe ou pai.
A equipe responsável pela pesquisa ligou 371 áreas específicas do DNA humano, chamadas de variantes genéticas, 11 das quais eram específicas para sexo, idade da primeira relação sexual e nascimento.
De acordo com a pesquisa, essas variantes interagem com fatores ambientais, como status socioeconômico e quando o indivíduo nasceu, sendo preditoras da longevidade e do aparecimento de doenças ao longo da vida.
Confira:
Para alcançar os resultados, foi feita uma análise em todo genoma humano para identificar alguma relação entre o comportamento reprodutivo e uma determinada variante genética. Os pesquisadores combinaram múltiplas fontes de dados para examinar a idade da primeira vez e o nascimento entre homens e mulheres. Para isso foi calculado um escore genético com todos os genes combinados.
Segundo os pesquisadores, o estudo revelou centenas de marcadores genéticos adicionais que moldam essas partes da vida humana, sendo uma potencial ferramenta para a compreensão mais profunda da infertilidade, das chances de apresentar alguma doença futura e da longevidade.
Os achados mostraram que os sinais genéticos foram impulsionados por fatores sociais e pelo meio ambiente, mas também pela biologia reprodutiva. Os autores explicaram que já era conhecido o fato de as circunstâncias socioeconômicas da infância ou o nível de escolaridade serem preditores importantes do momento da reprodução. Entretanto, os resultados da pesquisa também mostraram uma relação com abuso de substâncias, traços de personalidade, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) e, até mesmo, indicador de algumas doenças e longevidade.
Assim, o estudo sugere que existe uma combinação genética, com preditores sociais e ambientais, que impulsiona o início da vida reprodutiva, seja ela precoce ou tardia. Entre as descobertas, estava que a genética “por trás” do sexo precoce e da fertilidade é relacionada à desinibição comportamental, mas também ao uso de substâncias e ao tabagismo.
Aqueles geneticamente propensos a adiar a primeira relação sexual ou o primeiro filho tiveram melhores desfechos de saúde e longevidade, relacionados a um maior status socioeconômico durante a infância.
Além disso, os fatores genéticos que determinam o comportamento reprodutivo estão fortemente associados a doenças posteriores, como diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares.
Segundo os pesquisadores, começar a vida sexual cedo está enraizado na desigualdade infantil, mas também tem ligações com problemas de saúde, como câncer cervical e depressão.
Foram encontradas ainda relações particularmente fortes entre ter a primeira vez precocemente, o TDAH e o abuso de substâncias e o tabagismo. A equipe acredita que as descobertas levam a uma melhor compreensão da saúde mental e sexual de adolescentes, da infertilidade, de doenças posteriores e dos tratamentos possíveis.
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