Influenciadora contou que hoje em dia se acha um monstro após ler tantos comentários a chamando de feia
Redação Publicado em 06/08/2021, às 13h00
Na madrugada desta sexta-feira (6), GKay fez um desabafo no Twitter falando sobre as críticas que recebe sobre sua aparência. Ela começou escrevendo que fica “inconformada de ser feia” e explicou que passou a se achar “um monstro” de tanto ler comentários a chamando de horrorosa.
aí gente tem dias que fico inconformada de ser feia mas é isso
— COMBATE DE BUMBUM 🙅🏻♀️ (@gessicakayane) August 6, 2021
na vdd antes eu me achava bem bonita mas dps de ler tanto que eu era feia horrorosa e etc hoje eu me acho um monstro, é isso
— COMBATE DE BUMBUM 🙅🏻♀️ (@gessicakayane) August 6, 2021
Depois, ela falou sobre uma moda do TikTok em que as pessoas citam “famosas que são feias e ninguém fala” e a primeira da lista era sempre ela. “Aí vcs querem que eu me sinta como?”, escreveu.
pra vcs terem ideia criaram uma trend, sim gente, uma trend no TIKTOK dizendo “famosas que são feias e ngm fala” e a primeira da lista era sempre eu, aí vcs querem que eu me sinta como???? vendo milhões de likes e comentários lá todo mundo concordando e aplaudindo
— COMBATE DE BUMBUM 🙅🏻♀️ (@gessicakayane) August 6, 2021
Derivada de uma expressão em inglês, que em tradução livre significa “envergonhar o corpo”. É um tipo de atuação social que envolve atos de ridicularização de corpos alheios e da aparência física de uma pessoa, assim como GKay vem vivenciando.
O body shaming pode se manifestar de diferentes formas, como por meio de:
Tais atos fazem com que a pessoa que recebe as ofensas se sinta envergonhada pelo corpo que tem. “Essa vergonha do corpo tem a ver com o julgamento do outro: normalmente a pessoa que passa por uma situação de body shaming já tem uma questão com a sua imagem corporal, com a sua autoestima, e isso acaba sendo reforçado por preconceitos, insultos, bullying”, explica Jairo Bouer.
Como consequência, a pessoa ofendida pode ter a sua noção de imagem corporal ainda mais relacionada a limites rígidos da sociedade sobre o que é um “corpo bonito” e um “corpo feio”. “Por conta do body shaming, muitas pessoas entram em processos absurdos de perda de peso, cirurgias desproporcionais e em quadros de saúde mental, como ansiedade e depressão”, completa Jairo.
São vários os impactos físicos e mentais que as pessoas que passam pelo body shaming podem desenvolver. Fisicamente, a pessoa pode buscar formas de mudar o corpo que nem sempre são saudáveis ou necessárias, passando por cirurgias estéticas visando alterar a parte do corpo que lhe causa vergonha.
Confira:
Como decorrência, podem surgir também impactos psicológicos: ao se ver lutando contra o próprio corpo, insatisfeita, a pessoa pode enfrentar quadros de depressão, ansiedade, isolamento social e desenvolver diferentes tipos de fobias.
“Claro que existe o limite da saúde e determinadas situações podem levar a maiores riscos. É natural buscar melhorar os impactos que algumas características corporais podem ter. Isso não significa, porém, que todo mundo tem que ser magro ou esbelto. A diferença existe e é importante que ela seja valorizada”, complementa Jairo.
Estudos, inclusive, têm notado uma correlação significativa entre sentir vergonha do próprio corpo e o desenvolvimento de depressão, ansiedade e distúrbios alimentares. Uma pesquisa recente publicada no Journal of Epidemiology & Community Health constatou que adolescentes insatisfeitos com seus corpos tendem a sofrer de depressão quando adultos. De acordo com a pesquisa, mais de 27% das meninas e 14% dos meninos estavam insatisfeitos com a sua imagem.
Na era das redes sociais, o body shaming tem causado impactos também no ambiente virtual. São comuns os comentários pejorativos em fotos e ofensas por chat.
No sentido contrário do body shaming há o movimento body positivity – ou “positividade corporal” – que tem como objetivo promover a autoaceitação do corpo. O movimento luta contra todas as formas de discriminação dos corpos considerados “fora do padrão” e de características físicas, como nariz grande, cicatrizes, rugas, celulites e deficiências.
“Tudo passa, também, pelo trabalho de educação na escola e em casa para que as pessoas lidem melhor com a aparência delas. Devemos questionar esse padrão único de beleza universal perpetuado pela sociedade, educar para a diferença e explicar que as pessoas e os seus corpos são diferentes – e isso não quer dizer que um corpo é pior que outro”, finaliza Jairo Bouer.
Para quem se vê em uma situação de dificuldade para lidar com o próprio corpo, além do trabalho individual de entender e questionar os padrões de beleza sociais, buscar por ajuda psicoterápica também é essencial.
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