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Gostar de “beijo grego” pode indicar a sexualidade de alguém?

Sexualidade vai muito além de gostos ou comportamentos na cama - iStock
Sexualidade vai muito além de gostos ou comportamentos na cama - iStock

Redação Publicado em 10/08/2021, às 12h00

Nesta semana, circulou pela internet um vídeo do ex-BBB Wagner Santiago recebendo sexo oral na região do ânus, também conhecido como “beijo grego”, de uma mulher. O vídeo em questão havia sido gravado para sua conta do OnlyFans, um site em que é possível pagar para ter acesso a conteúdo íntimo e exclusivo das outras pessoas. 

Sobre isso, Wagner conversou com o UOL e contou que pretende tomar providências. “Estou tentando rastrear as pessoas que assistiram à live, que ocorreu há mais de uma semana. Penso em ampliar essa discussão sobre a liberdade dos corpos e, ao mesmo tempo, filtrar melhor os assinantes para que vazamentos maldosos não voltem a acontecer”.

Mas beijo grego pode indicar a sexualidade de alguém?

Assim que o vídeo começou a circular, algumas pessoas passaram a questionar a sexualidade de Wagner, que se afirma heterosexual. O influenciador, que inclusive já namorou Gleici Damasceno, também ex-BBB, comentou: “Pleno 2021 e as pessoas chocadas com um beijo grego entre pessoas, dispostas, em desconstrução, e felizes pela liberdade que podem dar a seus corpos. Isso é inadmissível”.

Vale lembrar, então, que a orientação sexual não tem nenhuma relação com determinados padrões de comportamento ou com gostos específicos na cama. 

Confira:

O que faz um homem ser gay?

Para os profissionais de saúde, que lidam com epidemiologia ou com saúde pública, a classificação de “homens gays” ou “bissexuais” não é utilizada. Nesse caso, o termo usado é “homens que fazem sexo com homens”, representado pela sigla HSH. 

Ao adotar o termo “HSH”, é aberto um caminho para várias classificações possíveis: homens gays que transam exclusivamente com homens, bissexuais, que mantêm relações sexuais com pessoas do sexo masculino e feminino, e aqueles que se consideram heterossexuais, mas que já tiveram ou às vezes vivenciam experiências com outro homem. 

Essa classificação, do ponto de vista da saúde, é muito importante por englobar um grupo amplo, que pode estar se expondo a um determinado tipo de comportamento, risco ou relacionamento.

O importante é se sentir bem

De qualquer forma, o mais importante é como a pessoa se sente. Um homem, por exemplo, pode se classificar como heterosexual e já ter se relacionado no passado ou ter relações ocasionais com outro homem. Isso não quer dizer que ele seja homossexual ou bissexual – e também não significa que seja exclusivamente heterossexual. Enfim, nesse caso, talvez ele esteja em algum ponto dessa gradação. 

Em vez de ficar pensando em qual classificação se enquadra, o ideal é estar bem consigo mesmo, não fazer mal, não enganar ninguém e viver a vida afetiva e sexual da maneira que se sentir mais confortável e melhor. 

Além disso, é fundamental lembrar que questões de orientação sexual podem mudar ao longo da vida ou em algumas fases dela. Portanto, não é preciso colocar as pessoas em caixinhas. Elas não cabem nessas caixinhas, são complexas, têm possibilidades e caminhos diferentes. 

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