Redação Publicado em 19/05/2021, às 14h51
Um seguidor perguntou a Jairo Bouer se havia problema gostar de ver filmes pornográficos de homens mais velhos mesmo não sendo gay. O médico explica que não há problema nenhum nisso. “Na verdade, por algum motivo esse tipo de situação nos vídeos pornôs te deixa mais excitado, te deixa mais animado, te desperta uma curiosidade. Por quê? Eu não sei...”
Jairo ainda ressalta que apenas esse gosto não indica que o homem é ou não gay. Para fazer essa afirmação sobre a sexualidade, é necessário levar em conta o que ele faz com a vida dele e por quem sente atração.
Para os profissionais de saúde, que lidam com epidemiologia ou com saúde pública, a classificação de “homens gays” ou “bissexuais” não é utilizada. Nesse caso, o termo usado é “homens que fazem sexo com homens”, representado pela sigla HSH.
Ao adotar o termo “HSH”, é aberto um caminho para várias classificações possíveis: homens gays que transam exclusivamente com homens, bissexuais, que mantêm relações sexuais com pessoas do sexo masculino e femino, e aqueles que se consideram heterossexuais, mas que já tiveram, ou às vezes vivenciam, experiências com outro homem.
Essa classificação, do ponto de vista da saúde, é muito importante por englobar um grupo amplo, que pode estar se expondo a um determinado tipo de comportamento, risco ou relacionamento.
Do ponto de vista individual, por que é tão importante para as pessoas tentar se encaixar em uma classificação? Para muitos, existem apenas três categorias possíveis:
Entretanto, há muitos anos os especialistas mostram que a questão das experiências sexuais se assemelha muito mais a um gráfico com várias possibilidades no meio do caminho do que a três caixas distantes e isoladas umas das outras.
Na verdade, o que existe é uma espécie de gradação. Existe o indivíduo que nunca teve e nem quer ter uma experiência com alguém do mesmo sexo, em outro extremo tem aquele que só teve experiências com pessoas do mesmo sexo - e, no meio do caminho, há os bissexuais. No meio dessas definições há inúmeras alternativas.
O mais importante é como a pessoa se sente. Um homem, por exemplo, pode se classificar como heterosexual e já ter se relacionado no passado ou ter relações ocasionais com outro homem. Isso não quer dizer que ele seja homossexual ou bissexual - e também não significa que seja exclusivamente heterossexual. Enfim, nesse caso, talvez ele esteja em algum ponto dessa gradação.
Em vez de ficar pensando em qual classificação se enquadra, o ideal é estar bem consigo mesmo, não fazer mal, não enganar ninguém e viver a vida afetiva e sexual da maneira que se sente mais confortável e melhor.
Além disso, é fundamental lembrar que questões de orientação sexual podem mudar ao longo da vida ou em algumas fases. Portanto, não é preciso ficar preocupado em colocar as pessoas em caixinhas. Elas não cabem nessas caixinhas, são complexas, têm possibilidades e caminhos diferentes.
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